O que nos indica a descorrelação entre o índice S&P 500 e a confiança empresarial?

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eugene_huh, Flickr, Creative Commons

(TRIBUNA de Joseph Greif, gestor de fundos multiativos, da Schroders. Comentário patrocinado pela Schroders)

Na equipa do Schroders Multi-Asset Investment analisámos a correlação que existe entre o índice Manufacturing joseph_greifPurchasing Managers’ Index (PMI) e o índice S&P 500, e observámos como é que no último mês esta correlação se rompeu.

De facto, o PMI é um índice macroeconómico que pretende refletir a situação económica de um país baseando-se nos dados recolhidos junto dos diretores de compras das empresas. Em termos gerais, pode-se dizer que este índice mede a confiança empresarial.

De um modo geral, quando o índice aumenta, as ações sobem. Pelo contrário, quando estão a cair, o mercado de valores baixa. Não obstante, na Schroders, reparámos que, no último mês, esta correlação não aconteceu: apesar da confiança empresarial ter caído nos últimos trimestres, o mercado de valores americano, pelo contrário, recuperou até máximos históricos. E o que é mais chamativo ainda é que não só demonstraram uma subida nas ações mas também nas obrigações.

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As razões para esta “dessincronização” têm de ser procuradas na Reserva Federal e nos seus últimos anúncios. De facto, tudo isto aponta para que os investidores estejam a prever uma diminuição das taxas juro. Não obstante, a nossa experiência diz-nos que, de alguma forma, não é sustentável uma situação em que ações e obrigações disfrutem de solidez de forma simultânea.

Por isso, na equipa da Schroders temos uma visão favorável dos mercados de obrigações, graças, em boa medida ao apoio dos bancos centrais, mas também à debilidade dos indicadores económicos e à persistência dos riscos políticos em diversas regiões. Todos estes fatores apoiam este ativo defensivo.