"O mercado obrigacionista apresenta-se mais condicionado perante a reversão das políticas expansionistas por parte dos principais bancos centrais"

Carlos Pinto
Vitor Duarte

Globalmente os dados macroeconómicos apresentam uma robustez ímpar espelhadas pelas taxas de crescimento do PIB, dados do emprego e pelo otimismo dos resultados empresariais. No próximo ano, a tónica dominante está centrada na possibilidade de os dados da inflação atingirem os tão aguardados níveis pretendidos. Nesta conjuntura e à semelhança do que tem acontecido nos anos transatos, o mercado está focado nas decisões das políticas monetárias por parte dos principais bancos centrais. Nos EUA, após as 3 subidas de 2017, a FED irá continuar a sua política de retirada de estímulos ao subir a sua taxa diretora provavelmente entre 2 a 3 vezes ao longo do ano de 2018. Na Europa, o processo de retirada de estímulos promovido pelo BCE está ainda no início, sendo que a redução do plano de compras mensais de ativos foi reduzida de 60M€ para 30M€ para o período de janeiro a setembro de 2018. É o mote para o início do ciclo de subidas da taxa diretora que deverá acontecer entre o final deste ano ou início do próximo. Ainda em contraciclo das entidades homólogas, a política monetária nipónica indicia prosseguir expansionista. Os seus decisores políticos vão continuar a pressionar a inflação com estímulos fiscais, promovendo a criação de emprego e subida salarial para fomentar o consumo. Os mercados emergentes deverão dar continuidade às excelentes performances do ano passado impulsionados pela depreciação do dólar, pela maior preponderância do setor tecnológico neste mercado e recuperação de algumas commodities.

Apesar das subidas praticamente ininterruptas ao longo dos últimos anos na generalidade dos mercados acionistas, considerando que muitos títulos e setores estão sobrevalorizados e recorrendo a uma seleção bem mais minuciosa, encontramos algumas oportunidades. Nomeadamente, no setor financeiro pela expectável subida das taxas de juro, no setor tecnológico pela capacidade disruptiva demonstrada na agregação de bens e serviços tradicionalmente fornecidos por outros setores e na industria automóvel pela prudência, no nosso entendimento excessiva, dos investidores aos desafios da transformação elétrica e automação.

O mercado obrigacionista apresenta-se mais condicionado perante a reversão das políticas expansionistas por parte dos principais bancos centrais. Destaco as Obrigações Euro Investment Grade onde cerca de 30% das emissões apresentam yields negativas. A reversão das políticas por parte destas autoridades irá afetar primeiramente estas emissões, principalmente as que apresentam maior duração, posto isto, urge ser criterioso quanto á região geográfica, qualidade creditícia e duração. Neste contexto, temos preferência por obrigações Global High Yield, obrigações emergentes em moeda local e obrigações subordinadas europeias.

O nosso fundo flexível Optimize Investimento Activo, pela liberdade total oferecida à gestão na alocação da sua carteira, permite oferecer uma resposta à medida dos desafios que se apresentam no mercado em 2018.

2018 vai ser um ano desafiante para os fundos obrigacionistas, neste contexto de subida de taxas de juro, temos como grande objetivo, dar continuidade às boas rentabilidades do nosso fundo Optimize Europa Obrigações recorrendo a uma seleção muito criteriosa de ativos, moedas e gerindo a duração muito judiciosamente.