O mercado da poupança para a reforma continua a ser um desafio para os fundos de pensões e PPRs

10434792114_f70a59753a_o
advisorindia, Flickr, Creative Commons

Pela quarta vez, o Instituto BBVA de Pensões realizou a sua sondagem sobre as pensões e os hábitos de poupança em Portugal. Desta feita, a sondagem é referente ao ano passado e é possível ver a evolução das atitudes em relação à poupança, à informação, ao conhecimento e às expectativas sobre as pensões.

O estudo foi realizado através de mil chamadas telefónicas, onde foi possível verificar que cerca de 70% dos inquiridos não acredita que possa viver sem dificuldades na reforma, embora, segundo mostra o inquérito, apenas 32% estejam atualmente a poupar para complementar os rendimentos depois da reforma.

Entre os principais motivos para que apenas cerca de um terço dos portugueses poupe para a reforma passa pela ideia de que “ainda falta muito tempo para se reformarem”.  O relatório destaca portanto que não é “a falta de capacidade de poupança” que pesa nestes resultados.

Captura_de_ecra__2017-03-29__a_s_14

Em termos de idade de reforma, os “portugueses desejariam reformar-se aos 61,1 anos, apesar de acreditarem que não o poderão fazer com essa idade e terão de esperar até aos 65,4 anos, idade em que em média creem que realmente se reformarão, estabelecendo-se um diferencial de 4,3 anos entre ambas", refere o estudo apresentado.

Menos Fundos de Investimento

Na resposta à questão “de que forma está a poupar para a sua reforma?”, o maior destaque vai para os Planos Poupança Reforma que, em 2016, representavam uma fatia de 48% dos entrevistados. Face ao ano anterior (39%), este número apresenta uma melhoria, tendo ficado mais próximo dos dados de 2013 e de 2014, anos em que o peso dos PPRs era de 57% e 51%, respetivamente.

Relativamente aos fundos de investimento, o ano passado mostra um decréscimo na escolha destes produtos. Se em 2015 cerca de 13% dos inquiridos investia em fundos de investimento a pensar na reforma, no ano passado a percentagem situou-se em 6%. Já no investimento imobiliário o movimento foi ascendente, tendo passado de 6% em 2015 para 7% no ano passado.

Captura_de_ecra__2017-03-29__a_s_14

Hábito de poupança estável

Sobre os hábitos de poupança, no ano passado a percentagem de portugueses que conseguiu poupar manteve-se estável em relação a 2015, contando com 43% de aforradores, "ratificando o aumento que se tinha observado na sondagem do ano anterior (45%)".

Apesar de ser relativamente estável, a média mensal de poupança dos aforradores foi de 166,4 euros, valor mais alto em 30,3 euros, face a 2015. No entanto, o estudo indica que 46% dos aforradores não atinge 150 euros de poupança mensal. No que diz respeito às expectativas, o inquérito mostra que os portugueses têm uma "clara consciência" de que o valor que podem receber das pensões públicas não será suficiente para cobrir a suas necessidades económicas quando atingirem a idade da reforma.

Instituto BBVA de Pensões lança prémio

Além da apresentação dos resultados da sondagem, o Instituto BBVA de Pensões também apresentou uma novidade. A partir de agora, vai existir um prémio para uma “dissertação de natureza teórica e/ou empírica no âmbito da literacia financeira, na ótima da poupança, sistemas de segurança social e reforma”.  Destinado a estudantes universitários de licenciatura, mestrado, pós-graduação ou doutoramento, o grande objetivo passa por “promover o aumento do conhecimento da sociedade” sobre esta temática das pensões e tem como prémio final, para o vencedor, 7.500 euros. O valor dado pelo Instituto BBVA de Pensões pode ascender a 10.000 euros, caso exista um mentor ou professor orientador.