O melhor trimestre do PSI-20 nos últimos cinco anos

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O PSI-20 teve, no primeiro trimestre deste ano, o maior crescimento do período dos últimos cinco anos, ao valorizar quase 16%. A recuperação económico-financeira do país, o aumento da confiança dos investidores ou a melhoria da competência do país para os mercados foram alguns dos factores que ajudaram à recuperação do principal índice de referencia bolsista português.

Nuno Marques, gestor da Banif Gestão de Activos, destaca também a dívida pública portuguesa. O aumento da confiança em Portugal reflete-se na valorização das ações nacionais e, principalmente, na valorização da dívida pública portuguesa. Há que referir que a dívida pública portuguesa, com maturidade de 10 anos, que transacionava a uma taxa de 6.13%, em Dezembro de 2013, está agora a transacionar a uma taxa de 4.07%. Este movimento da dívida pública tem, inevitavelmente, impacto nas ações quer ao nível dos seus resultados, por via de custos de financiamento inferiores, quer na avaliação, fruto do prémio de risco utilizado pelos analistas”, afirma.

Sobre a valorização do PSI-20, o gestor acredita que é “justificada pelos factores referidos acima que, associados a melhores perspectivas macroeconómicas, tornam o mercado acionista português um investimento interessante para os investidores internacionais. O crescente interesse de investidores internacionais ficou claro em operações de venda de ações que ocorreram desde final de 2013: CTT, ES Saúde, Mota-Engil e Galp”.

Sobre o que resta de 2014, Catarina Quaresma Ferreira, da BPI Gestão de Activos acredita que “a expectativa é de que 2014 venha a ser um ano positivo para a bolsa nacional, ainda que condicionado por eventos geopolíticos internacionais e pela manutenção da confiança dos investidores relativamente à saída do programa de ajustamento. Na sequência da crise soberana, as ações portuguesas em geral sofreram fortes correções, que, em certos casos, contrastaram com uma evolução positiva ao nível dos resultados operacionais. O regresso ao financiamento de mercado com duas emissões, a 5 e 10 anos, bem como a trajetória descendente das yields soberanas portuguesas, proporcionam suporte ao mercado acionista. Adicionalmente, os dados económicos mais recentes têm sido positivos, com a expansão do PIB no quarto trimestre de 2013 a surpreender pela positiva  (0.5% face a uma expectativa de mercado de 0.1%) e a economia a criar emprego no mesmo período”.

Já para Nuno Marques, a "recuperação da economia portuguesa poderá continuar por mais alguns trimestres mas é necessário ter em consideração que não será um caminho linear e que Portugal está sempre dependente do desempenho das economias internacionais que são a contraparte nas exportações, motor de crescimento económico nesta primeira fase da recuperação. Para além deste factor, não podemos esquecer que o mercado acionista está dependente da evolução do prémio de risco português e que este continuará a ser o principal condicionante para o seu desempenho”.