O maior fundo de pensões do mundo vai excluir empresas de exploração de crude e de gás

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O maior fundo de pensões do mundo afasta-se do petróleo. O fundo soberano da Noruega, com mais de 1 bilião de dólares em ativos sob gestão, anunciou que vai excluir os seus investimentos em empresas de exploração e produção de crude e gás. Todas as empresas classificadas pelo FTSE Russell serão excluídas – de forma gradual e progressiva – do índice de referência e universo de investimento do Government Pension Fund Global. Isto impactará 1,2% das ações da carteira , no valor de 66.000 milhões de coroas norueguesas.

O objetivo, segundo o comunicado oficial do Governo da Noruega, é reduzir o risco agregado do preço do petróleo na economia do país. “Queremos reduzir a vulnerabilidade da nossa riqueza em caso de queda permanente do preço do crude. Por isso, é mais necessário vender empresas que exploram e produzem crude e gás do que vender um sector energético amplo e diversificado”, defende Siv Jensen, ministro das finanças do país.

A decisão, que surge após um conselho do Norges Bank, não reflete uma previsão específica sobre o preço do petróleo ou sobre a rentabilidade do mesmo, nem tão pouco sobre a sustentabilidade do sector petrolífero. “É independente da política atual do governo sobre o petróleo, que permanece sem mudanças”, insistem no comunicado. “A indústria do crude será uma indústria importante para a Noruega nos próximos anos. Isto é uma medida de diversificação”.

É um passo que, contudo, não exclui o sector energético na sua totalidade. Como recordam no comunicado, é um indústria composta também por empresas com negócios ao longo de toda a cadeia de valor, assim como empresas de energia renovável. Curiosamente, preveem que o grosso do crescimento em energia renovável na próxima década venha de empresas que de momento não o têm como foco principal de negócio. “O fundo deverá poder participar neste crescimento”, defende o ministro das finanças.