“O fundo privilegia empresas que paguem um dividendo sólido e sustentável no tempo”

Adour_Sarkissian_ING
cedida por la entidad

Foi a quarta vez que este fundo recebeu galardões na categoria Melhor Fundo de Acções EUA Grande Capitalização, tendo já sido premiado, pelo segundo ano consecutivo, na Bélgica, Hong Kong e Singapura.
Adour Sarkissian, gestor do fundo desde 2007, respondeu à Funds People Portugal algumas questões sobre este fundo, indicando, de início, dados gerais sobre o mesmo. 
O fundo tinha, a 31 de Maio de 2012, um património de 1.1 mil milhões de dólares sob gestão. A carteira do fundo conta um número de acções que vai das 80 às 120, tendo uma rotação entre os 40% e 60% dependendo da volatilidade e oportunidades do mercado. O universo de investimento são acções norte americanas, o que inclui Canadá, tendo uma alocação máxima a títulos canadianos de 15%. As dez acções com maior peso em carteira são Shaw Communication (3,75%), Procter & Gamble (3,52%), Hewlett-Packard (3,38%), Medtronic (3,24%), Molson Coors Brewing (2,92%), Corning (2,55%), Pepsico (2,53%), Heinz (2,51%), AT&T (2,50%) e Walgreen (2,49%). A rendibilidade anualizada nos últimos 3 anos, a final de Maio de 2012, era 16,84% (em EUR) e 11,02% (em USD). A 15 de Junho, final da semana passada, a rentabilidade anualizada a 3 anos era 14,93% (em EUR) e 11,48% (em USD).
1. Qual a estratégia e política de investimento do fundo ING (L) Invest US High Dividend?
A estratégia foca-se na selecção de empresas que têm por política pagar um dividendo anual de forma contínua e sustentada. Entre estas, a equipa de gestão selecciona aquelas que adicionalmente apresentem potencial para fazer crescer esse dividendo no futuro. Esta política de investimento tem dado provas de ser capaz de gerar melhores rentabilidades, quando ajustadas ao risco, o que resulta numa protecção de capital mais eficaz em mercados com tendência negativa.
2. Quais as principais diferenças entre este fundo e o seus principais competidores?
O ING (L) Invest US High Dividend tem uma politica de investimento centrada exclusivamente na selecção de empresas com duas características fundamentais: paguem um dividendo sólido e sustentável no tempo; apresentem potencial para fazer crescer esse dividendo a um ritmo superior ao do mercado. Este processo único resulta num fundo único, que tem actualmente um taxa de rendimento de dividendos (dividend yield) de 3,7%, contra 2,1% do S&P500, que foi capaz de bater este índice de referência durante os últimos 4 anos consecutivos.
3. Como está organizada a equipa de gestão e como funciona o processo de tomada de decisões de investimento?
A equipa responsável pela gestão da gama de fundos High Dividend, à qual pertence o ING (L) Invest US High Dividend, foi responsável pelo lançamento do primeiro fundo europeu, em 1991, exclusivamente focado neste tipo de activos. Hoje em dia, esta é uma gama diversificada regionalmente, passando desde Europa e EUA, a mercados globais e mercados emergentes, para um total de activos sob gestão de 9 mil milhões de euros. A equipa é composta por 6 membros, que contam com um número médio de dezasseis anos de experiência nos mercados financeiros e que têm sob a sua responsabilidade a gestão dos fundos.
Adicionalmente, existe um grupo de análise composto por 30 analistas, divididos por sectores e regiões, que são responsáveis pela geração de ideias e casos de investimento, com o objectivo de os submeter à apreciação da equipa de gestão.
No que diz respeito ao ING (L) Invest US High Dividend, da discussão interna é gerada uma lista das melhores ideias, que são implementadas na carteira. Mas também se presta muita importância ao controlo de risco: há que evitar alguns importantes factores de risco, como a concentração sectorial ou a demasiada exposição a empresas de pequena capitalização, e assegurar uma eficiente distribuição pelos diferentes estilos dos valores nos quais a carteira vai investir, aproveitando ao máximo os benefícios que a diversificação pode trazer à gestão de carteiras. Finalmente, é muito importante monitorizar a evolução da carteira, não só em termos de risco como também no que diz respeito à qualidade das empresas presentes, o que se faz revisitando constantemente os fundamentais dos casos de investimento originais.
4. Quais são as vossas expectativas para o mercado norte-americano de acções para os próximos 12 meses?
A nossa estimativa é que o S&P500 feche o ano nos 1450, um nível cerca de 10,5% superior ao valor de fecho deste mesmo índice a 31 de Maio de 2012. Esta expectativa tem por base vários factores: as nossas estimativas que a taxa de rendimento das obrigações americanas a 10 anos chegue, também no final do ano, a 2,5%; que a taxa de crescimento do PIB real nos EUA seja de 2,3%; e que a confiança dos principais agentes económicos continue na trajectória ascendente em que já se encontra actualmente. No entanto, reconhecemos que este cenário tem actualmente um risco negativo muito grande, sobretudo por dois factores macro: a desaceleração do ritmo de crescimento da economia chinesa e os problemas da Zona Euro. Ambos estes factores podem resultar numa diminuição significativa das estimativas de rentabilidade para o S&P500.