O efeito que tem na volatilidade uma empresa pagar ou não dividendos

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Solo Treadmill, Flickr, Creative Commons

Num mundo de taxas de juro a níveis de 0% e com a previsão de que se mantenha pelo menos a médio prazo, cada vez são mais os investidores que procuram cupões que pelo menos lhes permitam cobrir o aumento do custo de vida. Por isso, a forte procura por obrigações que se viu nos últimos meses no mercado e que aconteceu também em produtos que oferecem rentabilidades recorrentes. As empresas negociadas estão conscientes de que o seu potencial relativo ao preço já não é suficiente para ganhar a confiança dos investidores que cada vez se movem mais pelo sentimento de mercado do que por dados objetivos e, por isso, cada vez são mais as empresas que optam por incluir na sua estratégia o pagamento de dividendos.

De facto, segundo um estudo recente publicado pela Allianz Global Investors, nos últimos dez anos o número de empresas do Stoxx 600 que optaram pelo pagamento de dividendos já representa  95% do total, face aos 80% que representavam em 2008. Esse aumento também se viu nos EUA já que a proporção de empresas que pagam dividendos no S&P500 cresceu de 70 para 80%.

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Além disso, esse estudo trata de dar resposta a uma das perguntas que os investidores mais fazem: os dividendos servem para reduzir a volatilidade de uma carteira? E a resposta é clara: sim, tanto no mercado americano como no europeu.

“As ações que pagam dividendos em média flutuam menos (exibem menor volatilidade) do que as que não pagam dividendos. Para compreender ainda melhor a interação entre os dividendos e a volatilidade, consideramos a abordagem de Skinner e Soltes. Skineer e Soltes conseguiram demonstrar que para as ações americanas os lucros das empresas que pagam dividendos foram mais persistentes durante o período de 1974 a 2004, o que demonstra que os dividendos de “hoje” foram um sinal positivo para os lucros de “amanhã”, apontam Hans-Jörg Naumer, diretor global de Capital Markets & Thematic Research da Allianz Global Investors e Hauke Siemssen, autores do estudo.

Além disso, na sua análise incluem também um conceito como é o da volatilidade com base em dois modelos diferentes. E após a análise de ambos chegaram à mesma conclusão: as empresas que pagam dividendos num ano exibem uma menor volatilidade no ano seguinte. “Dependendo do modelo dessa redução a volatilidade está entre 4% e 15% no caso do Stoxx Europe, e entre 4% e 11% no caso do S&P 500”, referem.

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