O conservadorismo e o foco da Square Asset Management

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Nuno Coimbra

Com poucos fundos sob gestão mas com volumes médios elevados, a estratégia da Square Asset Managemet passou por se diferenciar dos outros pares numa altura muito específica do mercado. “Em 2005/2006, anos em que foram criados dezenas de fundos imobiliários em Portugal, nós optamos por não responder a todos os pedidos que nos eram efectuados”, relembra Pedro Coelho.

Tendo cerca 800 milhões de euros sob gestão, a oferta da entidade converge apenas em 4 fundos. “Para o tipo de investidores e participantes com quem trabalhamos, não faz sentido termos uma oferta semelhante à dos outros concorrentes do mercado que possuem uma gama muito mais alargada”.

Para lá dos fundos de investimento

No entanto, realçando o impacto da recente diminuição dos benefícios fiscais nestes produtos, o profissional da Square AM entende que é pouco provável que a indústria como um todo continue a crescer a um ritmo elevado. “O nosso posicionamento não tem só a ver com os fundos imobiliários. Se aparecer um investidor institucional que deseje subcontratar a gestão dos seus investimentos, e chegando à conclusão que o melhor veículo para esse caso em específico não é um fundo, fazemos igualmente essa gestão”. O especialista acredita que “um fundo de investimento terá sempre vantagens e desvantagens”, e por isso, quem quiser ter, nomeadamente, a credibilidade da maior regulação e supervisão deve optar por um investimento através de fundos. 

Fundos para “todos os gostos”

Para Pedro Coelho, num mercado aberto e competitivo, investir em imobiliário iguala-se a investir numa outra qualquer categoria de ativos. Dentro de uma lógica em que existem vários tipos de investidores – institucionais (como companhias de seguros, fundos de pensões, etc.) ou particulares, que fazem a sua pequena poupança – existem também produtos mais apropriados para cada um deles. No caso dos particulares, na perspetiva do profissional, os veículos que se adequam mais são os fundos abertos de acumulação, porque “é-lhes permitido assegurar uma liquidez permanente”, diz. “Aliás, a haver alterações na legislação esta deveria ir no sentido de repor o rácio de 6% de liquidez obrigatória nos Fundos Abertos (existente até 2002) e de não autorizar Fundos abertos de distribuição de rendimentos, já que o participante obtém a liquidez por via do resgate”  acrescenta.

O administrador da Square AM lembra que apesar dos retornos dos fundos imobiliários não serem bons numa análise que englobe os últimos anos, são melhores que outros fundos que investem em classes de ativos diferentes, dado que estes viram as suas performances mais afetadas. “Não sou a desfavor de que outros produtos alternativos apareçam, como é o caso dos REITs, mas estes ainda não apresentam nenhum track record”.

Crescer em linha com o definido

Em conclusão e mais especificamente sobre o percurso da Square AM, Pedro Coelho perspetiva a continuação do crescimento da entidade dentro de uma lógica conservadora, e com os perfis concretos da gestão de ativos que já possuem.