"O aumento das taxas de juro pelo BoE pode acontecer a partir de meados de 2015"

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Cedida

Quarta-feira o governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, anunciou que as taxas de juro não seriam aumentadas, e que as posições em 'gilts' não serão reduzidas antes da taxa de desemprego cair para os 7%.

O governador sublinhou também, relembra o economista da Schroders Azad Zangana, “que o patamar dos 7% não é uma meta, mas um ponto de referência, onde seria possível que o Comité de Política Monetária (MPC) reconsiderasse a adequação das taxas de juro”.

Na opinião de Azad Zangana, “o Banco de Inglaterra introduziu agora uma previsão relativamente ao desemprego para dar a entender o quão longe está do aumento das taxas de juro”. O MPC “prevê uma probabilidade inferior a 50% de atingir o patamar dos 7% da taxa de desemprego até ao fim de 2016”. O economista deduz, na sequência da reunião da passada quarta-feira, que o Banco de Inglaterra “não espera reconsiderar a taxa de juro antes do meio do ano de 2016, ou nem mesmo antes do início de 2017”.

No que diz respeito à inflação, Azad diz que a sua previsão foi deixada “inalterada” o que sugere que “o Banco acredita que a oferta está a crescer a um ritmo semelhante ao da procura”.

Na opinião do economista, a introdução destas previsões já eram esperadas. No entanto “a escolha de uma meta de 7% de desemprego é ligeiramente mais "desafiante" do que o que se previa, mas a avaliação do Banco de Inglaterra em relação ao 'timing' para a mesma ser alcançada é bastante mais modesta”, refere.

O relatório sobre a inflação de Agosto não inclui a previsão do PIB baseada nas taxas de mercado como o Comité de Política Monetária espera e, por isso, o economista alerta que se “as taxas de juro não caírem como reflexo da comunicação do Banco de Inglaterra, isto será negativo para a previsão de crescimento feita pelo Banco Central e poderá levar o Comité a reagir penalizando os participantes dos mercados”, alerta.