Números do PIB em 2014: A análise da Schroders

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Cedida

Numa análise sobre os dados do PIB na Europa, a gestora britânica Schroders não se limitou à fotografia geral e “olhou” para cada um dos países tecendo os seus comentários. Azad Zangana, Senior European Economist na Schroders, começa por referir que “a atividade na Zona Euro acelerou no final de 2014 impulsionando a contínua recuperação de 2015”. O crescimento do PIB trimestralmente agregado “foi melhor do que o esperado”, crescendo dos 0,2% no terceiro trimestre para os 0,3%. Acrescenta que “para 2014, em termos globais, a união monetária alcançou os 0,9% de crescimento”, o que configura “a taxa mais rápida de crescimento desde 2011 e desde a crise da dívida soberana europeia”.

De forma individual, ao nível dos vários países, salienta que foram dois a surpreender: Alemanha e Espanha. “Ambos surpreenderam positivamente, com um crescimento de 0,7% no trimestre”, refere, dizendo que “a Alemanha registou um aumento no investimento empresarial, que tem estado apagado nos últimos trimestres por causa das tensões entre a Europa e a Rússia”.

A ir ao encontro do consenso de mercado esteve a França que cresceu 0,1%, “embora os dados demonstrem um abrandamento comparativamente com os 0.3% de crescimento registados no trimestre anterior”. A Itália, por seu lado, “superou as expetativas ao não contrair, ainda que isso tenha acontecido graças ao arredondamento numérico”.

Portugal e Holanda

Fora dos ‘big four’ Azad Zangana destaca o nosso país e também a Holanda, que “alcançaram mais um forte trimestre, no qual o PIB cresceu 0,5%”. Impressionante, para o economista, foi ainda a performance da Grécia em 2014, muito embora tenha terminado o ano a contrair -0,2%. “Isto significa que existe uma elevada probabilidade da Grécia voltar à recessão, especialmente depois da enorme incerteza provocada pelas eleições e as questões que envolvem o resgate qu está em curso”.

Conclusões

De forma global, o economista da Schroders considera que 2014 terminou com nota positiva. “Os dados mais recentes demonstram que a confiança do consumidor e as vendas a retalho sugerem que as famílias estão a tirar partido da queda dos preços da energia”, diz. Azad Zangana espera que o PIB acelere mais na primeira metade do ano, especialmente à medida que a flexibilização das políticas monetárias comece a ter efeitos na economia real.