Nove anos desde o ponto mais baixo do S&P500 depois da crise financeira de 2008

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Prayitno, Flickr, Creative Commons

No final do terceiro trimestre de 2008, a crise financeira deu os seus primeiros sinais. A 9 de março de 2009, o S&P500 atingiu o seu ponto mais baixo da crise financeira, fechando nos 676 pontos. Barack Obama tinha iniciado o seu mandato precisamente nesse ano e, curiosamente, dias antes afirmava que aquela seria, potencialmente e numa perspetiva de longo prazo, a altura ideal para investir em ações. Hoje, o índice apresenta um crescimento superior a 300%, sendo este o segundo maior bull market da história dos Estados Unidos.

Olhando para este contexto, que desempenho terão alcançado os fundos nacionais que investem em ações americanas? São apenas quatro os produtos que compõem esta lista, sendo da responsabilidade da Caixagest aquele que melhor performance alcançou nos últimos nove anos.

A rentabilidade do Caixagest Acções EUA coloca-o em posição de destaque, tendo alcançado ganhos anualizados de 15,07%. Com um património sob gestão de 104,20 milhões de euros, a sua última carteira disponível apresenta maior exposição aos sectores industrial e financeiro – 24,39% e 19,93%, respetivamente. Embora apresente uma carteira relativamente concentrada, com apenas 41 ações, diversidade é uma das características das suas principais posições. Isto porque detém exposição a empresas do sector não só industrial ou financeiro, mas também de sectores como healthcare, consumo cíclico, tecnológico e energético, como a UnitedHealth Group, The Home Depot, Apple e a Chevron Corporation. As dez principais posições, por sua vez, representam mais de 50% do total da carteira.

A segunda melhor performance pertence ao IMGA Acções América, que obteve uma rentabilidade anualizada de 13,58%. Gerido por António Dias, este produto detém um volume de ativos sob gestão superior a 7 milhões de euros. Quanto à composição da sua carteira, esta apresenta uma maior preponderância do sector tecnológico, seguido pelos sectores financeiro e healthcare. De facto, entre as dez maiores posições em carteira encontramos quatro que se inserem no sector tecnológico – Microsoft, Alphabet, Apple e Facebook. Já no que diz respeito à percentagem alocada às dez principais posições, estas representam apenas 31,47% do total.

Imediatamente a seguir surge o Santander Acções América, que atualmente é gerido por Luis Beamonte e que alcançou uma rentabilidade anualizada de 13,38%. No que diz respeito à composição da carteira do fundo da Santander Asset Management, nas principais posições em carteira encontramos um ETF que replica o índice Dow Jones e títulos de empresas como o banco JP Morgan Chase & Co, Walmart e Exxon Mobil Corporation. De acordo com a ficha de produto mensal mais recente, o volume de ativos sob gestão ascende a cerca de 50 milhões de euros, sendo que as dez principais posições representam 47,97% do total.

O quarto e último produto desta lista é da responsabilidade da BPI Gestão de Activos, que apresenta uma rentabilidade anualizada de 12,05%. Falamos do BPI América D, um produto cuja carteira apresenta maior exposição aos sectores tecnológico (20,6%), consumo não-cíclico (19,8%) e financeiro (19,6%). Nas cinco maiores posições, por sua vez, encontramos nomes como Apple, FedEx, Cummins e PerkinElmer e ainda um futuro sobre o S&P500. Por outro lado, este é o produto que menor percentagem da carteira aloca apenas às dez principais posições, que representam apenas 22,53% do total.

IMGA com desvio padrão mais contido

Passemos agora à análise do desvio padrão registado por estes produtos no período em questão. Dos quatro fundos de ações americanas, aquele que apresentou o desvio padrão mais comedido foi o IMGA Acções América, com 11,45%. O produto da Caixagest, por sua vez, é o que apresenta um desvio padrão mais elevado – 13,11% - embora também tenha conseguido alcançar uma rentabilidade mais elevada.

Relativamente aos restantes dois produtos, destaque para o facto do Santander Acções América ter obtido uma rentabilidade superior ao produto da BPI Gestão de Activos e registado um desvio padrão mais baixo. Assim, para a rentabilidade de 13,38%, o fundo gerido por Luis Beamonte apresenta um desvio padrão de 12,18%. Já o BPI América apresenta um desvio padrão de 12,97% e uma rentabilidade de 12,05%.

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Fonte: Morningstar Direct, dados anualizados a 10 de março de 2018