“Nenhum país na Europa suportaria taxas altas neste momento”

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Cedida

A Schroders trouxe a Lisboa Alan Cauberghs, CFA e diretor de investimento na área de obrigações que explicou com grande detalhe a estratégia da gestora para o mercado de crédito europeu.

“A Europa está recuperar mas com baixo crescimento”, assim iniciou Alan Cauberghs a sua apresentação aos profissionais do sector. Deste modo o especialista acredita que esta recuperação torna o “crédito na melhor alternativa de investimento”. “Quando o BCE injeta dinheiro na economia as obrigações high yield tendencialmente, portam-se de uma forma positiva”, continuou o especialista da gestora britânica que assumiu preferir as obrigações high yield e o crédito investment grade  da região europeia face aos EUA, no presente.

E porquê? “O sentimento económico na Europa é dos indicadores mais importantes. Está a recuperar e pode ser uma luz importante para o caminho europeu. Já os “fundamentais na região apontam para taxas muito baixas e a desalavancagem, já que nenhum país na Europa suportaria, neste momento, taxas de juro altas, e as “empresas estão cada vez mais dependentes do crédito bancário”. Já sobre os “custos”, o especialista afirma que as “economias periféricas são mais “caras” do que as economias core. Realça, ainda, que países como “Portugal, Espanha, Itália e até o Reino Unido têm um grande problema atualmente no que diz respeito ao crédito disponível, ou seja, um problema de liquidez”.

E os Estados Unidos?

Para o especialista, a “folha de balanço da FED é expansionista, já a do BCE é de contração. A economia norte-americana cresce mais rapidamente, e isso vê-se através dos balanços das empresas. Já sobre a redução dos estímulos por parte da Reserva Federal Americana, Alan Cauberghs diz que "não encontramos pechinchas no mercado e que também o crédito não é uma classe de ativos barata. A razão apontada é precisamente o quantitative easing que, no longo prazo, não estimula o crescimento económico e causa deflação".