Mudanças importantes que aconteceram no mercado de green bonds

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Os green bonds são emissões de dívida que permitem às empresas obter financiamento para desenvolver exclusivamente projetos amigos do ambiente. Trata-se de um mercado ainda desconhecido para os investidores por se tratar de um segmento ainda pequeno se compararmos com o universo global de obrigações. Não obstante, pouco a pouco, o conhecimento dos investidores sobre este mercado foi melhorando. Algumas gestoras foram realizando ao longo dos últimos anos um importante esforço ao nível pedagógico e de divulgação nesta matéria, organizando visitas a clientes para falar destes novos instrumentos que os investidores têm ao seu alcance através de fundos.

A última a fazê-lo foi Isabelle Vic-Philippe, diretora de taxas euros e inflação da Amundi, que informou recentemente os investidores sobre como se está a desenvolver o mercado global de green bonds. Conhecer a sua evolução é importante para entender as oportunidades e os riscos que oferece dado que se trata de um mercado que foi mudando com o passar dos anos. Originalmente, a maior parte das novas emissões de green bonds correspondia a entidades públicas ou semipúblicas. Não obstante, nos três últimos anos isto mudou ao ponto de que, atualmente, existe um maior equilíbrio entre dívida pública e privada.

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Não é, nem pouco mais ou menos, a única mudança que aconteceu no mercado de green bonds nos últimos anos. Em 2016, a maior parte das novas emissões estavam em dólares. A partir de 2017 aconteceu uma mudança radical e mais de 75% das obrigações que se foram lançando nos mercados passaram a estar denominadas em euros. No mercado primário, a Europa lidera o ranking a nível geográfico. 32% das novas emissões são lançadas no Velho Continente, principalmente na França, Holanda, Alemanha, Suécia e até Espanha. 20% corresponde aos EUA e apenas 7,5% à China, país que em 2015 se tornou no primeiro a lançar um marco regulatório para impor certas regras aos emissores destas obrigações.

Isto significa que o mercado de green bonds foi ganhando em termos de diversificação geográfica graças ao crescente interesse dos governos e empresas em lançar emissões para financiar projetos que encaixam bem na proteção do ambiente. Neste sentido, há três anos o número de novos emissores não chegava aos 100 por ano, enquanto agora este número está em torno dos 180. Este foi um fator determinante para que o tamanho do mercado primário de green bonds tenha crescido. Em três anos, o seu volume multiplicou-se praticamente por quatro, ao passar dos 169 milhões de dólares para 649. Ano após anos, foi crescendo a uma taxa média de 60%.

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(Fonte dos gráficos: Global Bond Initiative).