Morningstar também vai analisar o compromisso das gestoras com o ESG

verde_ESG_ISR_green
unsplash

Cada vez são mais as gestoras que incluem ESG no seu ADN perante o aumento da procura por este tipo de produtos por parte dos investidores institucionais e também perante a crescente necessidade por parte das empresas de olhar mais além dos números e tratar de contribuir com os seus modelos de negócio para a construção de uma melhor sociedade. De facto, os aspetos sociais já ocupam mais tempo nas apresentações de resultados corporativos do que os próprios números.

Neste contexto, cada vez são mais as iniciativas que veem a luz do dia com o fim de avaliar o compromisso ESG das gestoras e empresas com o objetivo de elucidar sobre o que é um puro greenwashing de um compromisso real por parte destes participantes do mercado numa temática como é o ISR que, apesar de estar a avançar para uma taxonomia comum, ainda tem muitos aspetos a polir para conseguir uma homogeneização real.

A Morningstar, que já lançou um rating de sustentabilidade para fundos (os famosos globos) anunciou uma nova medida de análise que procura identificar o nível de compromisso ESG das gestoras de ativos. “Este nível de compromisso ESG expressa as valorizações dos nossos analistas sobre o compromisso dos gestores de ativos e as estratégias individuais para incorporar os fatores ESG na sua organização e processos de investimento. A escala vai de melhor a pior da seguinte forma: Líder, Avançado, Básico e Baixo”, explica Christopher J. Traulsen, CFA num artigo publicado na Morningstar.

Inicialmente o provedor vai analisar 100 fundos e 40 gestoras de ativos, mas a ideia é ir ampliando até cobrir todos os fundos que contam já com um rating de análise da Morningstar, com o objetivo de que esse nível de compromisso ESG sirva de complemento a esse rating e também ao específico de sustentabilidade do provedor (os globos). “O Nível de Compromisso ESG esforça-se para mostrar aos investidores como e em que medida os fatores ESG são incorporados na estratégia de um fundo, e que fundos e gestores de ativos encabeçam a lista no que diz respeito ao seu compromisso com o investimento ESG”, afirma Traulsen.

Quanto à metodologia empregue para os fundos ativos, os analistas basearam-se em rever três pilares: Processo (45%), Recursos (35%) e Gestor (20%). O Processo inclui uma avaliação da maneira e o grau em que o ESG é incorporado no processo de investimento, os esforços de participação ativa (proxy voting) e compromisso com respeito aos temas ESG) e à transparência dos relatórios.

No caso dos fundos geridos de forma passiva, mudam um pouco o foco já que excluem o fator Recursos e ponderam o processo em 80% e o gestor em 20%.

Isto refere-se aos fundos, mas esta nova escala também se aplica à avaliação de gestoras. Neste caso, analisam sobretudo a Filosofia e o Processo (40%), os Recursos (30%) e a Participação Ativa (30%). Ou seja, por um lado fixam-se na participação histórica das gestoras no investimento ESG e por outro, examinam a quantidade de fontes de dados sobre ESG que utiliza a empresa e a Participação Ativa avalia as políticas e medidas de uma empresa para votar por poderes (proxy voting) e colaborar com empresas em questões de ESG.

Para conhecer mais sobre este processo clique aqui.