Millennium WMU: “Há condições para um crescimento global”

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Na Wealth Management Unit do Private Banking do Millennium BCP são da opinião que em 2017 há condições para um crescimento global e que a classe de ações deverá ter um peso superior ao normal numa carteira diversificada. Efetivamente, da entidade destacam as expectativas da entidade de que a economia mundial continue a crescer em resultado de vários factores. Falam, por exemplo, de uma “Europa a continuar a recuperar, os EUA com um novo estímulo orçamental, a China a gerir os seu processo de transição da estrutura económica e muitos dos restantes mercados emergentes a beneficiarem da recuperação dos preços das matérias-primas e correções de desequilíbrios passados, se bem que uma apreciação mais forte do dólar poderá constituir um desafio”. Já no que concerne o nível de preços, a tendência deverá ser também de normalização, com a inflação a convergir para os níveis de referência, “com a dissipação do impacto desinflacionista da anterior queda das matérias-primas, e, nos EUA de eventuais pressões salariais decorrentes de uma situação de pleno emprego e do estímulo orçamental que se antevê”.

Ainda que se tenha verificado já uma subida considerável das yields na entidade consideram que 2017 “deverá ser um ano mais desafiante para a classe de dívida pública, uma vez que se antevê uma subida da inflação, das taxas de juro de referência nos EUA e moderação do programa de compra de dívida do BCE”, na ótica da da entidade. Por outro lado, “a dívida empresarial, apesar de poder ser penalizada pela subida das yields deverá continuar a beneficiar da recuperação económica em curso”.

A visão da entidade é que “os mercados acionistas deverão beneficiar da recuperação económica e do aumento da inflação, desde que controlado e acompanhado de crescimento”. No entanto, realçam como principais riscos as “eventuais tensões e períodos de volatilidade que um dólar mais forte possa causar às economias emergentes, uma aceleração mais rápida do que o esperado dos preços nos EUA motivando a FED a subir as taxas mais rapidamente que o esperado, o risco político na Europa, e uma depreciação rápida do yuan chinês e instabilidade associada a um aumento excessivo do défice nos EUA e de uma guerra comercial associada a medidas protecionistas”.

Ações da Zona Euro: melhor opção para começar 2017

Na WMU do Private Banking do Millennium BCP Abstêm-se de identificar um ou vários fundos para enfrentar o novo ano, com o argumento de que na entidade acreditam “em diversificação, de acordo com o perfil de risco do investidor, como forma eficaz de obter retornos consistentes durante um ciclo económico”. No entanto, consideram que neste momento “a melhor opção de investimento para o início de 2017 será nas ações da Zona Euro” e identificam assim o fundo Schroder Euro Equity. Justificam com o argumento de que “apesar de termos assistido recentemente a uma rotação sectorial de sectores defensivos a favor de setores cíclicos (de “growth” para “value”)”, na WMU do Private Banking do Millennium BCP são “da opinião que muitas empresas, apesar de estarem a níveis de valorização muito atrativos, ainda têm de enfrentar grandes desafios e por esse motivo a escolha de investimento de um gestor não deverá ter apenas em consideração o seu nível de valorização como também deverá ter em conta o seu potencial de crescimento de médio longo prazo”. Consideram que um fundo que “segue uma filosofia de investimento baseada numa abordagem bottom-up de análise fundamental, dando sempre uma importância extrema ao modelo de negócio de cada empresa e ao seu potencial de crescimento futuro” como esta estratégia da Schroders, é adequado para obter uma exposição aos mercados de ações europeus.

Desafios para a indústria

“A indústria nacional continua a enfrentar os desafios resultantes da sua dimensão, do mix de fundos comercializados, da concorrência de soluções de investimento com um tratamento fiscal mais favorável e, simultaneamente, de gestores e fundos internacionais”, relatam da entidade. Perante estes desafios consideram que “existem oportunidades claras de racionalização da oferta, de especialização em gamas de produtos menos alargadas e de promoção de fundos de dimensão adequada, em classes de ativos em que os gestores tenham maior capacidade de acrescentar valor”, passos fundamentais numa indústria que irá “continuar a perder redes de distribuição cativas e que se terá de afirmar, quase exclusivamente, pela qualidade da gestão”.