Michael Israel (IVO Capital Partners): “Para as empresas há vida depois do default de um país”

Michael Israel, IVO Capital Partners
Cedida

A Groupama AM dá os seus primeiros passos nas obrigações de mercados emergentes pela mão da IVO Capital Partners. A gestora francesa chegou a um acordo de distribuição exclusiva em Portugal, Espanha e Andorra do IVO Fixed Income, fundo de obrigações corporativas em divisa forte lançado em 2015 que já conta com mais de 400 milhões de euros em ativos sob gestão. É o primeiro passo do acordo, mas o plano é lançar brevemente um fundo próprio sob a marca da Groupama que replique a estratégia da IVO, mas com uma abordagem mais conservadora, com  durações curtas.

Ainda que o fundo invista principalmente em obrigações corporativas em divisa forte, a estratégia tem um bias para os mercados emergentes. Segundo explicou na apresentação do fundo Michael Israel, cogestor e sócio da IVO Capital Partners, isto deve-se ao facto de ser a classe de ativos onde melhores oportunidades encontram para aplicar a sua filosofia “países maus/empresas boas”.

A equipa gestora procura explorar o spread entre o rating creditício de uma empresa num país emergente e a sua qualidade creditícia real. Pelo princípio de sovereign ceiling aplicado pelas agências de classificação uma empresa não pode ter um rating ou classificação creditícia melhor que a do seu país de residência. Por isso, a base da sua filosofia é: encontrar empresas boas em maus países. De facto, Israel reconhece que eventos de pânico relacionados com as ações de um país costumam ser janelas de oportunidade já que inevitavelmente os spreads das obrigações corporativas se movem a par. “Para as empresas há vida depois do default de um país”, insiste. O setor no qual opera uma empresa é a chave para determinar a sua exposição a decisões políticas. Por isso, Israel afirma que o fundo estruturalmente tem baixa ou nula exposição a bancos e seguradoras.