MFW e MFO: Soluções financeiras e não financeiras para famílias de maior património

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Com DNA português, a MFW - Multi Family Wealth nasceu em 2016 em Londres pelas mãos dos seus dois fundadores João Cortez de Lobão e Jorge Jardim Gonçalves. Os profissionais sentiram que existia uma oportunidade para uma “oferta diferenciada na área de wealth management”, uma entidade consultora para investimento britânica que “tem como objectivo fazer crescer o património dos seus clientes, numa proposta com valor, mas conservadora, baseada em parceiros internacionais sólidos e experientes”. Quem o diz é José António de Mello, profissional conhecido no mercado português de gestão de ativos unnamed__1_que se associou posteriormente ao projeto como partner. Em Portugal, outra empresa com sócios em comum, a Multi Family Office opera com uma abordagem não financeira de prestação de serviços a famílias de médio-alto e alto rendimento. “A nossa oferta de serviços é personalizada, flexível, inovadora e pode ser concretizada na satisfação de uma necessidade específica ou de forma complementar nas várias atividades desenvolvidas. É um conceito que já existe noutras sociedades anglo-saxónicas, utilizado por famílias que pela sua dimensão ou por opção preferem partilhar serviços para satisfazerem necessidades comuns”, comenta José António de Mello. “São duas estruturas, com objetivos e gestores diferentes. A MFO nasceu como plataforma de oferta de produtos não financeiros para as famílias residentes no nosso país, portuguesas e estrangeiras. A MFW, sediada em Londres, com parceiros internacionais, tem por base fazer crescer o património dos seus clientes residentes tanto em Portugal como noutros países”, acrescenta.

Gestão de patrimónios

Jorge_Jardim_Gon_alves_MFWNa vertente dos serviços de  wealth management proporcionados pela MFW, Jorge Jardim Gonçalves, outro dos partners das entidades, conta à FundsPeople que “a criação de valor resulta essencialmente da proposta de investimento em ações de players globais vencedores com potencial de valorização, assim como da solidez dos parceiros. Na medida da confiança que recebe dos seus clientes, a MFW procura aferir as circunstâncias de cada agregado familiar - tais como o horizonte temporal dos seus investimentos, as necessidades de liquidez correntes ou extraordinárias que possam eventualmente vir a ter, a sua situação fiscal – de forma a se propor uma alocação por classe de ativos que esteja em sintonia com a tolerância, as preferências e os objetivos de volatilidade e rentabilidade de cada cliente”, explica.

Para o partner da entidade, é assumida uma “grande responsabilidade na gestão fiduciária do património dos clientes” e são, por isso, conservadores. “Só aconselhamos investimentos em títulos extremamente líquidos em que se possa entrar e sair num minuto sem qualquer penalização. Não fazemos mercados emergentes, só recomendamos investir em empresas que sejam financeiramente sólidas e consistentemente rentáveis: a promessa de rentabilidade futura não é suficiente para a MFW. Não propomos alavancar nem usar derivados para aumentar a rentabilidade. Pontualmente sugerimos coberturas temporárias de riscos”.

Desta abordagem resulta que “tanto as carteiras de obrigações como as de ações dos nossos clientes estão com rentabilidades acima dos principais benchmarks. Em julho de 2016, lançámos um fundo de ações que, com base na última cotação publicada, tem um retorno acumulado líquido para o investidor de 50% o que compara favoravelmente com o retorno bruto em euros do S&P 500 ou do MSCI World”. Além disso, Jorge Jardim Gonçalves considera que são também diferenciadoras as parcerias que têm com bancos internacionais de “primeira linha” como o Pictet ou o Royal Bank of Canada, ambos com rating Aa2, em que os nossos clientes podem abrir contas em condições muito vantajosas”.

Flexible MFW Equities

O fundo onde a entidade britânica canaliza as suas convicções na gestão de ações denomina-se de Flexible MFW Equities.  Está, segundo Jorge Jardim Gonçalves, e em linha com a restante abordagem de gestão de carteiras, orientado para o investimento em ações de players globais de mercados desenvolvidos que sejam vencedores de longo-prazo. “O fundo foi criado para dar transparência e credibilidade à gestão de carteiras na medida em que o preço é público e, por isso, qualquer pessoa pode aceder à evolução da sua cotação pela internet”. É um fundo que pode gerir a sua exposição ao risco acionista de forma bastante flexível. No entanto, segundo o partner da entidade, o fundo tem estado essencialmente exposto a esse risco, “salvo em alguns momentos de elevada volatilidade, em que se diminuiu temporariamente a exposição dos nossos clientes pelos níveis de volatilidade que na altura se consideraram excessivos”.

Segundo Jorge Jardim Gonçalves, a composição da carteira foi alterada recentemente “de forma a beneficiar das atuais necessidades do consumo mundial de bens primários através da grande distribuição e também para favorecer empresas que executem o seu modelo de negócio pela via online”. Para o profissional, o “maior ou menor prolongamento deste período de crise será determinante na valorização da classe acionista. Continuamos vigilantes e iremos certamente usar a informação disseminada pelas empresas nesta época de resultados, bem como a interpretação dos analistas, para afinar a carteira, de forma a que continue bem posicionada em cada momento. O nosso posicionamento no momento tem beneficiado das atuais circunstâncias e compara favoravelmente com os principais índices, como referido anteriormente”, comenta o profissional. Esta flexibilidade fez com que o fundo tenha mostrado um comportamento muito interessante em 2020, considerando que à data do mais recente valor de UP, a sexta-feira dia 17 de Abril, o fundo tinha um retorno líquido positivo.