Meio ano de “hegemonia” Americana

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MrOmega, Flickr, Creative Commons

Não há dúvidas de que o Médio Oriente e o Brasil são duas geografias que têm vindo a ganhar terreno ao nível dos fundos mais rentáveis dos últimos meses. No entanto, o BPI América - Categoria D continua inabalável na sua posição de liderança do ranking semanal elaborado pela APFIPP com os 10 fundos mobiliários nacionais mais rentáveis dos últimos 12 meses. Analisando os dados publicados pela Associação, e sendo o último relatório datado de 29 de maio, as contas são fáceis de fazer. O fundo gerido pela BPI Gestão de Activos encontra-se há praticamente seis meses na linha da frente, pois “recebeu esse estatuto” no dia 5 de dezembro do ano passado.

O produto cotado em euros a cargo de José Caras-Altas Badalo – que foi recentemente agraciado pela gestão do BPI Europa nos prémios Diário Económico/APFIPP – obtinha no final de maio um retorno de 33,5%, contando com quase 30 milhões de euros em ativos sob gestão. Na revista Funds People Portugal do primeiro trimestre do ano, a propósito da “medalha” de fundo mais rentável em 2014, o profissional comentava que durante o ano passado o fundo manteve uma maior aposta no sector tecnológico, com a gigante Apple a dominar a carteira, frisando no entanto que o produto tem “um bom factor de diversificação”.

As informações da página online da Morningstar, do final de abril, indicam que por essa altura a tecnologia continuava a ter um peso chave na carteira do produto (22,04%), traduzindo-se em nomes como a multinacional Micron Technology Inc ou a Lam Research Corp. Em termos sectoriais denota-se também uma exposição elevada ao sector da saúde, que se concretiza num nome como a multifacetada empresa de saúde norte-americana UnitedHealth Group que, segundo as informações da empresa de análise, se encontra nas cinco maiores posições do portfólio.

A “chegada” do Meio Oriente

A lista das 10 melhores rendibilidades nos fundos mobiliários nacionais continua a ser dominada por outros fundos de ações americanas, mas existe um produto que se tem aproximado a olhos vistos do lugar dianteiro. Desde 17 de abril que o Caixagest Acções Japão anda “colado” ao fundo atrás descrito. O produto da Caixagest, que é líder em retornos nos últimos seis meses, alcançava no dia 29 de maio uma rentabilidade de 31,3% e apresenta 17,2 milhões de euros em de volume gerido. O sector industrial, segundo os dados da Morningstar, é o sector mais representativo da carteira (22,74%), e das maiores posições do portfólio fazem parte nomes como a conhecida Yamaha Motor Co., Ltd. ou a empresa de manufactura Teijin Ltd, pertencente ao grupo japonês Teijin Group.

Os resistentes americanos

Na lista importa ainda salientar a restante predominância dos fundos de ações América. No terceiro posto surge mais um fundo da Caixagest, no caso o Caixagest Acções EUA, que apresenta nos últimos doze meses uma rendibilidade de 29,2%. Do ranking em causa é o fundo com mais ativos sob gestão (103 milhões de euros) e em abril foi um dos produtos que mais subscrições alcançou. Na carteira do fundo encontram-se nas maiores posições títulos como a Apple ou a Actavis. Neste rol importa destacar mais três produtos: o Millennium Acções América e o Santander Acções América, ambos com uma rentabilidade de 28% no período e, por fim, o NB Ações América, que alcança nos últimos 12 meses 27,7% de ganhos.   

O primeiro fundo é gerido pela F&C, a partir de um mandato atribuído pela Millennium Gestão de Activos (conheça as novas equipas da MGA) e, segundo a ficha de produto disponível no site da entidade, no final de abril o produto tinha pouco mais de metade do portfólio destinado aos sectores de consumo, tecnologias de informação, e financeiras. Já o vencedor na categoria de Melhor Fundo de Acções Americanas nos prémios APFIPP/Diário Económico, o Santander Acções América, pelo qual Diogo Pimentel é responsável na Santander Asset Management, carateriza-se por investir em empresas de grande capitalização. Segundo as informações online da Morningstar, o produto apresenta nas 5 maiores posições um ETF da iShares, títulos da Apple e ainda da Microsoft. Neste universo da América, realça-se o NB Ações América, gerido por Bruno Santos da GNB Gestão de Ativos. A partir da ficha online do produto, referente a abril,  verifica-se que o fundo tem nas suas cinco maiores posições nomes como a Apple, a Walt Disney Company e ou a Nike.