Mais subscritos de dezembro: sector da tecnologia em destaque

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O último mês de 2019 foi rico em acontecimentos que marcaram o panorama político internacional, nomeadamente dos EUA e do Reino Unido. “A guerra comercial, assunto principal de 2019, viu os seus intervenientes, EUA e China, a assinarem um acordo parcial de entendimento que evitou a entrada em vigor de novas tarifas, previstas para 15 de dezembro, tendo sido este acontecimento um dos principais fatores de estabilidade dos mercados durante o mês”, refere Bruno Pinhão, gestor de Produto – Investimentos do ActivoBank. Quanto ao Brexit, “em dezembro o Partido Conservador conseguiu maioria parlamentar nas eleições e trouxe clareza à resolução. Boris Johnson garantiu que os britânicos irão mesmo sair da União Europeia até 31 de janeiro de 2020, anúncio que trouxe valorizações ao índice Footsie, acabando este por ser o que mais valorizou no último mês do ano”.

Tiago Gaspar, responsável pela análise e seleção de fundos do Banco Carregosa, conta que “no mês de dezembro houve uma reduzida atividade de subscrição tanto em montante como em número”. Apesar do ano de 2019 ter terminado com o recuo de receios que dominaram o ano de 2019, o profissional explica que os clientes do banco “têm continuado a preferir fundos de obrigações e, no âmbito das ações, por mandatos que privilegiem o fator qualidade”. “De facto, embora haja alguma estabilização de um conjunto de indicadores económicos, o cenário central ainda é débil”, acrescenta Tiago Gaspar.

Do lado do ActivoBank, em dezembro os investidores da entidade demonstraram uma clara preferência por fundos de ações, o que fez com que o top 10 fosse composto apenas por esta classe de ativos, o que, nas palavras de Bruno Pinhão, revela uma exposição maior ao risco por forma a tirar partido do bom momento acionista que os mercados viveram. “O sector tecnológico regressou às preferências, motivado pela boa performance deste sector durante o mês. O restante top é dominado por geografias como Europa, Alemanha, América e China”, explica o profissional.

Quanto aos clientes do Banco Best, também eles preferiram as ações, com seis fundos a assomarem-se no top 10. Para Rui Castro Pacheco, diretor-adjunto da entidade, este é um “top mais “pró risco” num mês bastante positivo nos mercados e em claro contraste com o que tinha acontecido no último mês de 2018”.

Além do PIMCO Income, uma presença assídua no top 10, em dezembro, também surgiu o UBS Bond Fund Euro High Yield, “fundo bastante mais específico que o da PIMCO e que se dedica apenas a escolher as obrigações de empresas europeias do segmento de “alto rendimento”, ou seja, de "qualidade creditícia menos elevada”.

Quanto aos multi-ativos, além do “peso pesado” Acatis Gané Value Event, no top também podemos encontrar o BlackRock Managed Index Portfolios Moderate, “em que a decisão de distribuição dos ativos é a componente mais importante e baseia-se nas perspetivas desta gestora que é a maior do mundo e distribui depois os investimentos pelos seus ETFs de modo a manter os custos de gestão o mais controlados possível para conseguir otimizar o retorno para o investidor final”, explica o profissional.

Rui Castro Pacheco destaca ainda as quatro presenças no top de cariz mais sectorial ou temático, “onde podemos encontrar o tema da saúde, com o BlackRock World Healthscience, o tema da água, com o Pictet Water e o tema das tecnologias com os BlackRock World Technology e JPMorgan US Technology”.

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