Luxemburgo: rentabilidade dos fundos de obrigações nos últimos três anos

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Analisada a performance dos fundos de ações de entidades nacionais domiciliados no Luxemburgo nos últimos três anos, é tempo de continuarmos na mesma rota e perceber que desempenho alcançaram os fundos de obrigações de ADN nacional domiciliados no Grão-Ducado do Luxemburgo. Apesar da oferta englobar um total de sete produtos, apenas quatro têm anos de atividade suficientes para constarem nesta análise. Por outro lado, estes quatro produtos são da responsabilidade de somente duas entidades distintas: a BPI Global Investment Fund Management e a GNB International Management.

Quanto ao seu desempenho, verificamos que o produto mais rentável foi também o único que foi capaz de ultrapassar os 5% de ganhos anualizados nos últimos três anos. O seu nome é BPI GIF High Income Bond, o único produto da responsabilidade da BPI Global Investment Management presente nesta lista, e apresenta uma rentabilidade anualizada de 5,10%. A carteira deste produto, que privilegia o investimento em valores com uma notação de rating inferior a investment grade, detém como maiores posições nomes como Nyrstar Netherlands (Holdings), CMA CGM S.A., DBB Jack-Up Services A/S ou Schoeller Allibert Group BV. Por outro lado, apesar de não apresentar restrições em termos geográficos, o fundo apresenta uma maior preponderância do mercado europeu. Atualmente, o património sob gestão ascende a 49,33 milhões de euros.

Segue-se um dos fundos premiados nos últimos Morningstar Fund Awards, a quem foi atribuído o galardão de Melhor Fundo Estrangeiro Obrigações Euro, o NB Euro Bond. Gerido por Vasco Teles, a sua rentabilidade anualizada nos últimos três anos fixou-se nos 3,58%, detendo um volume de ativos sob gestão superior a 126 milhões de euros. No que diz respeito à composição da sua carteira, as obrigações soberanas europeias representam mais de 80% do total, sendo que as cinco maiores posições são títulos soberanos italianos, gregos, holandeses e franceses.

A completar o trio de fundos com melhor rentabilidade nos últimos três anos surge o NB Opportunity Fund, cuja gestão está a cargo de João Zorro. Este produto obteve uma rentabilidade anualizada de 1,39%, sendo que, atualmente, gere um património de cerca de 26,3 milhões de euros. A carteira, por sua vez, apresenta maior preponderância de obrigações corporativas (mais de 60%), apesar de, entre as maiores posições, encontrarmos obrigações soberanas de países como a Itália, Grécia e Portugal. Encontramos, por outro lado, um futuro sobre o índice STOXX® Europe 600 Banks e obrigações corporativas de nomes como a Gas Natural Fenosa Finance BV, Mapfre ou Banco Santander.

O quarto produto é o NB Global Enhancement, cuja rentabilidade anualizada nos últimos três anos é de 0,72%. O fundo gerido por Amit Maugi apresenta uma carteira composta maioritariamente por obrigações corporativas – representam mais de 80% da alocação total – e um volume de ativos sob gestão superior a 35 milhões de euros. Quanto às maiores posições em carteira, o primeiro nome que surge é a empresa nacional TAGUS – Sociedade de Titularização de Crédito, seguindo-se as francesas Groupama e Orange, a holandesa NN Group e a espanhola Mapfre.

Relação risco/retorno

A premissa “maior risco, maior retorno” nem sempre se confirma, mas a verdade é que, neste caso, parece ser verídica. Isto porque os fundos que obtiveram maior rentabilidade foram também aqueles que apresentaram um desvio padrão anualizado igualmente superior. Assim, para a rentabilidade de 5,10%, o BPI GIF High Income Bond alcançou um desvio padrão anualizado nos últimos três anos de 4,86%. Já o NB Euro Bond apresenta um desvio padrão anualizado menor, de 4,60%, tendo também obtido uma rentabilidade inferior. Por outro lado, o NB Opportunity Fundm apresenta, comparativamente com o NB Global Enhancement, um desvio padrão anualizado superior – 3,51% e 3,08%, respetivamente.  

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Fonte: Morningstar Direct, abril de 2018