Lucro do BES desce 85,74% no primeiro semestre

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Gregorius Mundus, Flickr Creative Commons

Nos primeiros seis meses, o lucro foi de 25,46 milhões de euros, o que compara com 178,6 milhões, em igual período do ano passado, de acordo com o comunicado de resultados divulgado ontem.

O BES refere que a actividade e resultados continuaram a ser "fortemente condicionados pelas incertezas acerca do futuro da Zona Euro" e pelo programa de ajustamento financeiro em Portugal. "A recessão económica doméstica, o encerramento de muitas empresas, o aumento do desemprego e consequente aumento do risco, continuaram a exigir uma política forte de provisionamento", acrescenta.

Nesse sentido, o reforço das provisões para crédito no semestre foi de 352 milhões de euros, mais 15,2% que no período homólogo de 2011, tendo o saldo de provisões em balanço aumentado 23%, de 1.983 milhões para 2.435 milhões de euros.

O produto bancário consolidado recuou 6,3% para 1,19 mil milhões de euros, influenciado pela queda de 59,7% nos resultados de operações financeiras, "em consequência da venda da participação no Bradesco no primeiro semestre de 2011", é referido no comunicado. Contributo positivo foi dado pelo produto bancário comercial, que cresceu 12% no mesmo período. A margem financeira ascendeu a 607,6 milhões de euros, mais 11,9% que no período homólogo, tendo nomeadamente "beneficiado da consolidação integral da BES Vida".

Comissões na gestão de activos descem mais de 20%

Os serviços a clientes subiram 12,2% para 452 milhões de euros, influenciados pela melhoria dos resultados nas rubricas de créditos documentários, que cresceram 35,3%, e de bancasseguros, que aumentou 25,5%, face ao período homólogo.

No segmento de gestão de activos, o valor das comissões caiu 21%, passando de 48,7 milhões para 38,5 milhões de euros, no primeiro semestre deste ano. No mesmo sentido evoluíram as operações sobre títulos, que registaram uma redução de 28,4% para 37,4 milhões de euros.

Já as comissões sobre garantias prestadas "reflectem o impacto dos custos suportados com garantias prestadas pelo Estado português", refere o BES, e que são de 27,4 milhões de euros.

"Sem este efeito, o comissionamento com garantias teria crescido 10,2% e o total dos serviços a clientes teria aumentado 19% em vez dos 12,2 reportados", sublinha a instituição financeira.