LBV AM: "Mantemo-nos vigilantes para uma eventual desaceleração da economia global”

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A análise das perspectivas das sociedades gestoras para os próximos seis meses de 2018 parece revelar a existência de uma ideia em comum: apesar do ambiente macroeconómico, de uma forma global, se manter positivo, é necessário acompanhar determinados indicadores de perto.

Dito isto, a equipa de gestão da entidade luso-britânica LBV Asset Management, cujo foco é o segmento acionista, em entrevista à Funds People revela que "é relativamente consensual que devemos estar perto de uma fase de fim de ciclo económico a nível global, o que normalmente coincide com performances menos positivas dos índices accionistas". Assim, mantêm-se atentos "à evolução dos principais índices prospectivos do nível de actividade (PMIs) das principais economias", destacando que "na Europa já se assistiu, de facto, a uma desaceleração dos mesmos, embora continuem fortes noutros países". 

Uma eventual subida da inflação é outro dos factores que, na sua opinião, deve ser acompanhado, uma vez que se observam "alguns indicadores preocupantes, tais como a subida do preço de várias matérias-primas relevantes e aumento de salários em profissões-chave. Ainda assim, acreditam que "os valores globais continuam relativamente contidos". Tendo em conta este contexto, referem que, "caso se concretizem sinais evidentes de cansaço do ciclo económico, poderá verificar-se uma correcção bastante forte dos sectores de bolsa mais cíclicos especialmente onde as valorizações estejam a níveis muito elevados, sendo isto mais evidente nos Estados Unidos". 

Investir em ações numa óptica long/short

A visão da equipa de gestão leva a que acreditem que este "é um bom momento para estar investidos em ações numa óptica long/short, no sentido de ter proteção no caso de esses riscos macro se materializarem, permitindo frequentemente obter retornos positivos mesmo em momentos de crise". Como tal, estão bastante otimistas com os produtos que gerem, tanto os que seguem a estratégia long/short, como aqueles que apresentam "um foco em small&midcaps europeias, que aproveitam oportunidades de crescimento estrutural e com menor correlação com o ciclo económico global".