Lançamento de uma ferramenta que ajuda as gestoras a reduzir riscos e custos

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Cedida

O enquadramento de mercado e regulamentar deixou claro que muitos das gestoras têm de se reinventar ou, pelo menos, melhorar a sua eficiência se quiserem sobreviver. No processo, gestão do risco e redução de custos são fundamentais, algo que pode ajudar as entidades externas que fornecem esse tipo de serviços. Especialmente quando a tendência é de que as gestoras se concentrem na gestão e deixem o resto das tarefas para terceiros, torna necessária a procura de serviços que ajudem a maximizar a eficiência.

 

Ajudar as gestoras a reduzir os custos e minimizar o seu risco operacional é um dos objectivos da ferramenta que lançou SWIFT, a cooperativa bancária global com sede em Bruxelas e operações globais, há três meses. Chama-se Lite 2 e revolucionou a forma de gerir as mensagens das entidades e, no caso das gestoras, com as suas contrapartes (‘brokers’, plataformas de fundos...) e depositários. Há duas chaves: automatização, que reduz os riscos operativos e aumenta a segurança sobre o processo, além dos custos inferiores.

 

Assim, se até então se impunha um modelo de capex, ou investimento de capital, que requeria investimento em máquinas, equipamentos e formação de pessoal (razão pela qual muitas empresas estão a usar métodos tais como comunicações de fax), a ferramenta da SWIFT representa uma mudança de 180 graus para um modelo baseado em despesas operacionais, que permite às gestoras começar a trabalhar sem o investimento de capital. "Basta contratar uma aplicação que gere a recepção e envio de mensagens do seu negócio, como se tratasse de um serviço de “nuvem” privada de SWIFT", diz Juan Martinez, responsável de aplicações e serviços da entidade.

 

Algo que requer um investimento mais limitado e tem custos escalonáveis consoante o volume de mensagens. De acordo com cálculos da SWIFT, a redução de custos, em geral e para qualquer cliente, pode chegar a 60% em relação ao modelo tradicional .

A entidade lançou a ferramenta Lite há três anos e meio, e tem 600 clientes em todo o mundo, incluindo bancos, empresas, gestores de fundos, ‘brokers’, depositários ou custódia. A versão melhorada, Lite 2, está agora a ser apresentada e a sua novidade é carecer de restrições no que refere ao volume de mensagens e a homogeneização dos preços. Também permite mensagens de operações financeiras que, anteriormente estavam restringidas por razões técnicas, novidade que está a ser muito bem recebidos pelas gestoras. "Isto ajuda a reduzir o risco operacional e de gestão através da automatização de mensagens. Tarefas que envolvem riscos operacionais e custos mais elevados quando realizadas manualmente", explica Martinez. Os clientes da nova ferramenta já são 86, desde o seu lançamento em Setembro de 2012.

 

Travão à automatização

De acordo com o especialista, os depositários já têm automatizados os seus sistemas com custodiantes globais, assim como as plataformas de fundos funcionam bem com os seus agentes, mas o processo de automatização limita-se a isso. "No mercado doméstico, o processo é travado e começam as tarefas manuais, sobretudo por receio das gestoras e ‘brokers’ no investimento requerido”, acrescenta, algo que agora se tornou mais barato através da gestão do serviço na “nuvem” da SWIFT. E, apesar das grandes entidades tenham a sua própria infra-estrutura, 80% ou 90% das gestoras ainda não a têm, de acordo com a agência.

 

"As gestoras e ‘brokers’, que ainda recebem confirmações via fax, estão entre as entidades com maiores carências”, afirma, embora o serviço se destine a todos os tipos de agentes financeiros. Portanto mundo dos fundos está a reagir muito positivamente a esta iniciativa. "Cada vez mais assistimos a uma procura crescente porque as entidades verificam que esta ferramenta as pode ajudar na gestão diária e a melhorar a eficiência da sua relação com outras entidades. Além disso, estão a concentrar-se na gestão em si e, por isso, tendem a recorrer a ‘outsourcing’ para os restantes serviços”, diz Martinez.

 

No que diz respeito à infra-estrutura, as gestoras podem utilizar a que têm actualmente, pois a implementação da SWIFT é adaptável. A empresa também trabalha com fornecedores para certificar que as aplicações são compatíveis com os sistemas Lite. A SWIFT tem 35 anos de funcionamento e está comprometida com a segurança nos processos. Nesse sentido, mais que riscos na “nuvem”, vê riscos nas tarefas manuais e não existência de um processo de automatização. Entre os serviços oferecidos no que refere a mensagens, estão a confirmação de operações financeiras, as instruções de compra, liquidações, ordens ou qualquer tipo de comunicação financeira relacionado com operações.

 

Os clientes deste produto estão em todo o mundo. Metade são europeus, do Médio Oriente e África, 30% vem da América (EUA, Canadá e América Latina) e os restantes 20% da Ásia-Pacífico.