Investimento nacional em fundos UCITS e alternativos cresce, mas pouco representa no total europeu

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motiqua, Flickr, Creative Commons

Recuar até ao final de dezembro de 2017. É o que faremos neste artigo, analisando o relatório trimestral de gestão de ativos na Europa relativo ao último trimestre de 2017, publicado pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrmónio. Segundo os dados produzidos pela EFAMA e publicados pela APFIPP, o mercado de fundos de investimento UCITS e alternativos no Velho Continente terminou o ano com um investimento total superior a 14,8 biliões de euros, o que representa uma taxa de crescimento de 10,88% face a dezembro de 2016.

Deste montante, o mercado nacional foi responsável por 23.085 milhões de euros, o que corresponde a apenas 0,2% do total. Comparativamente com países como Espanha e Itália esta percentagem é bastante inferior, uma vez que ambos os países representam 2% e 2,2%, respetivamente. Já a Grécia surge atrás de Portugal, com uma percentagem de 0,1%. O Luxemburgo (27,9%), Irlanda (16,1%), Alemanha (13,7%) e França (13%), por sua vez, foram os países que maior preponderância apresentaram.

Evolução positiva ao longo dos últimos três anos

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Fonte: EFAMA, dezembro de 2017

Apesar de continuar a apresentar uma importância residual no panorama europeu, o mercado de fundos de investimento UCITS e alternativos nacional apresenta um crescimento sustentado desde dezembro de 2014. De facto, à exceção de 2016 (ano em que se verificou uma queda de 6,56%), tem-se verificado uma evolução positiva do investimento nestes veículos em Portugal. No final de 2017, por sua vez, registou-se um crescimento de 6,73%, o mais alto dos últimos três anos. Um crescimento sustentado, mas tímido quando comparado com outros mercados da Europa que Gabriela Figueiredo Dias, presidente da CMVM, destacou no seu discurso nos Morningstar Awards

Olhando para o panorama desagregado, é possível concluir que os fundos UCITS representam o segmento que mais contribuiu para esta evolução. De facto, estes registaram um crescimento de 22,48% no final de dezembro de 2017, tendo o montante total ascendido a 8.827,4 milhões de euros. Os fundos alternativos, por sua vez, terminam mais um ano em sentido contrário, registando uma taxa de crescimento negativa pelo terceiro ano consecutivo.

No que diz respeito às categorias de fundos que compõem cada um dos segmentos, os fundos multiativos são a categoria que maior preponderância apresenta no contexto dos fundos UCITS – representam 32% do total. Não obstante, a categoria ‘outros fundos’ apresenta uma preponderância bastante semelhante, contando com um montante superior a 2.871 milhões de euros no final do ano passado. Já do lado dos fundos alternativos, são os fundos imobiliários que surgem em destaque, representando 75% do total.

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Fonte: EFAMA, dezembro de 2017