O impacto do mês de março no mercado nacional de fundos

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Março foi sinónimo de muitas ocorrências de destaque nos mercados financeiros. A crise pandémica surgiu com força suficiente para derrubar o maior bull market de que há registo e verificaram-se níveis de volatilidade como não aconteciam desde o início do século passado. A nível nacional, o segmento dos organismos de investimento coletivo também acabou por assinalar um mês menos positivo.

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Segundo dados divulgados pela CMVM, no mês passado os organismos de investimento coletivo em valores mobiliários (OICVM) totalizaram 11,455 milhões de euros em ativos sob gestão, o que representa uma diminuição de 11% comparado com os valores de fevereiro. Este movimento também foi partilhado pelo segmento de fundos de investimento alternativo que viu o seu valor reduzir 6,7% para os 332,5 milhões de euros. Esta redução foi motivada por diminuições nos valores aplicados na generalidade das classes de ativos face a fevereiro - seja pelo efeito de mercado, seja pelo efeito líquido dos resgates e subscrições -, com destaque para as ações (-22,6% nas de emitentes nacionais e -15,7% nas de emitentes estrangeiros) e unidades de participação (-8.2% em fundos nacionais e -13.0% em fundos estrangeiros).

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Porém, este efeito foi amenizado por um maior peso da dívida pública nacional, que acaba por ser o único veículo de investimento a apresentar uma variação mensal positiva (13,2%). Já no âmbito das entidades gestoras, registaram-se sobretudo variações negativas ou nulas nas quotas de mercado. A exceção vai para a BPI Gestão de Ativos que acaba por ser a única entidade a obter uma variação positiva nesta rubrica, aumentando a sua quota de mercado 0,41 pontos percentuais para 20.3%. Não obstante, de fevereiro para março não se observaram quaisquer alterações nas posições ocupadas pelas maiores entidades no que diz respeito à sua ponderação no mercado.

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