Investidores portugueses ainda preferem os consultores financeiros

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RoySmiths, Flickr, Creative Commons

No seu Estudo de Investidores Globais de 2016, que abrangeu 20.000 investidores em 28 países, incluindo 300 em Portugal, a Schroders concluiu que, “apesar do aparecimento dos consultores robô – ferramentas digitais que fazem perguntas acerca do risco e dos objetivos individuais antes de os investimentos serem efetuados online – os investidores portugueses preferem falar com um humano, de preferência com um consultor financeiro, antes de tomarem qualquer decisão de investimento” sendo que, segundo o estudo, a família e os amigos também desempenham um papel importante. Estas conclusões foram resultado de 53% dos investidores portugueses terem afirmado que iriam consultar um consultor financeiro na próxima decisão de investimento, enquanto 32% afirmaram a intenção de consultar a família e os amigos, “a percentagem mais elevada da Europa”, segundo o comunicado. Adicionalmente, 29%  mostraram intenção de consultar websites dos fornecedores de investimentos antes de tomar a decisão. 

Dados do estudo mostram que o investidor médio português olha para os investimentos com um horizonte temporal significativamente mais curto do que as médias global e europeia. Efetivamente, os resultados indicam que, em média, os investidores mantêm um investimento por um período de 2,2 anos, mais de um ano menos que a média europeia e global (3,3 e 3,2 anos, respetivamente). Em termos de rentabilidade, os portugueses esperam uma rentabilidade média de 8,3% dos seus investimentos, o que contrasta com os 7,9% na Europa e 9,1% a nível global.

Resultados globais

A nível global, o estudo concluiu que “os investidores estão confiantes no seu próprio conhecimento sobre investimentos mas que a maioria foi incapaz de identificar o que uma empresa gestora de investimentos faz”, ao mesmo tempo que revelou “um forte desejo a nível mundial de aprender mais sobre o investimento, o que representa uma oportunidade para a indústria ajudar as pessoas a fazê-lo”.

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Estas conclusões vêm em função de 51% dos investidores ter afirmado sentir que o seu conhecimento é igual ou superior ao do investidore médio, percentagem que é superada quando restringimos a análise à geração millenial (entre 18 e 35 anos), com 61% das respostas nesse sentido. A ponderação de respostas no mesmo sentido entre os investidores mais velhos fica pelos 45%. No entanto, é patente no estudo que apenas 37% dos inquiridos globalmente identificaram corretamente o que faz uma empresa de investimentos.

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Um pouco em contransenso, apesar de uma tendência evidente para “sobrestimar o su próprio conhecimento sobre os investimentos”, o estudo mostrou vontade de aprender mais, com 89% dos inquiridos a evidenciarem essa atitude, sendo que em Portugal, essa percentagem chega aos 94%.

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“A noção de que somos melhor do que média é habitual”, refere o estudo, esclarecendo que as conclusões fazem eco de um estudo psicológico sueco dos anos 80 que examinava a atitude relativamente à capacidade para conduzir que concluiu que mais de três quartos das pessoas classificavam-se a si próprias na metade dos condutores que melhor conduzem. “Tal como acontece com a capacidade de condução, este tem sido um traço comportamental bem identificado no investimento, mas com implicações significativas no património ou na reforma da pessoa”, refere o estudo, que acrescenta que “é cada vez mais da responsabilidade dos consumidores a provisão da sua própria reforma e a nossa pesquisa sugere que ainda há uma lacuna significativa entre o que eles pensam que sabem e o que eles realmente sabem”.

Acerca do Estudo da Schroders sobre Investidores Globais de 2016

A Schroders pediu à Research Plus Ltd para efetuar, entre 30 de março e 25 de abril de 2016, um estudo online independente de 20000 investidores em 28 países de todo o mundo, incluindo Portugal (300 inquiridos) Espanha, Reino Unido e EUA. Esta pesquisa define investidores como aqueles que irão investir pelo menos 10000 euros (ou o equivalente) nos próximos 12 meses e que fizeram alterações nos seus investimentos nos últimos cinco anos.