“Investidores devem investir mais em ações e aumentar a sua exposição a emergentes”

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Tadeu Kelly, Flickr, Creative Commons

Ainda com os investidores a digerirem a decisão da Fed de não diminuir os estímulos à economia americana, Russ Koesterich, director de estratégias de investimento na BlackRock, diz que “os mercados responderam de forma positiva às notícias, atingindo novos máximos no rescaldo da decisão da Fed, antes de voltar a cair como aconteceu, no final da semana”.

A título de exemplo, na semana passada, o Dow Jones avançou em média 0,5% para os 15.451 pontos, enquanto o S&P 500 valorizou 1,3% para os 1709 pontos. O Nasdaq progrediu 1,4% para os 3.774 pontos. Nos mercados de obrigações as yields do tesouro caíram acentuadamente perante os comentários da Fed.

Apesar desta decisão ter sido surpreendente, o especialista acredita que a inação da Fed “confirma a tese central [da BlackRock] de que a recuperação segue em ritmo lento e que as taxas de juro deverão permanecer baixas até ao final do ano”. Para além disso comprova também que a Fed “confirma que existem outras questões na recuperação da economia norte-americana”. Russ Koesterich acredita que a recuperação do mercado imobiliário perante o crescimento das taxas de juro é uma das preocupações da Fed. “Se as taxas de juro subirem tão depressa quanto possível, isso significará a recuperação do mercado imobiliário”, perspetiva o especialista.

Implicações no investimento

No que diz respeito à perspetiva de investimento, Koesterich diz que tanto as ações como as declarações da Fed vão ao encontro da visão da gestora para a alocação de ativos. “Uma aproximação mais lenta a uma libertação dos estímulos monetários segue a nossa linha de raciocínio de que os investidores devem investir mais em ações, tal como aumentar a sua exposição aos mercados emergentes e estar mais focados no setor do crédito entre os mercados de obrigações”, conclui o especialista.

Em termos de mudanças, na visão da BlackRock, a “mais significativa é relativa às classes de ativos com taxas de juro mais sensíveis – tais como os mercados de utilities e o ouro – que podem sofrer um adiamento temporário”.  “Nós continuamos a defender uma sobrevalorização para estas classes de ativos, mas o reconhecimento de que enquanto as taxas de juro reais provavelmente vão baixar no longo prazo, o aumento não sera tão rápido como o esperado”, refere Russ Koesterich.