Instrumentos de dívida pesam mais de 50% no agregado dos fundos de pensões

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Não constitui grande novidade reportar que o primeiro trimestre do ano acabou por trazer um decréscimo aos ativos geridos por uma determinada tipologia de produto. Foi o que aconteceu com os fundos de pensões, segundo conta a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), que contabiliza essa queda num decréscimo de 4,9% relativamente aos valores observados no final do ano passado. Desta feita, os fundos de pensões terminaram o primeiro trimestre do ano nos 20.762 milhões de euros de montante gerido. De realçar, no entanto, que o comportamento dos diferentes ativos de risco nos dois meses e meio que se seguiram à data de análise terão tido um impacto significativo no sentido oposto. 

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Como é visível nos dados acima, os fundos de pensões fechados foram os grandes detratores, já que o seu AuM caiu 5,3%, para os 18.187 milhões de euros. Os fundos de pensões abertos, por seu lado, registaram uma diminuição de 2,1%, situando-se o seu volume gerido nos 2.575 milhões de euros, um valor relativamente próximo do final do ano passado.

A rentabilidade dos fundos de pensões, conta a ASF, foi de -6.5% relativamente ao final de 2019, “tendo em consideração as contribuições entregues aos fundos e as respetivas pensões pagas”.

Obrigações privadas aumentam

Relativamente “semelhante” manteve-se a composição das carteiras face ao observado em final de 2019. No entanto, a Autoridade realça a diminuição do peso das ações e dos fundos de investimento, em detrimento de um aumento de peso das obrigações privadas. 

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Conjuntamente, a componente de dívida (dívida pública e as obrigações privadas) chegava ao final de março a pesar mais de 50% no agregado das carteiras em análise. Os fundos de investimento mantiveram-se na mesma linha de preponderância – 32% -, enquanto as ações não vão além dos 4% de peso nas carteiras dos fundos de pensões.

Recentemente, e a propósito do tema de alocação, Rui Guerra, partner da Mercer, contava à FundsPeople qual o comportamento dos veículos de poupança relativamente à conjuntura de mercado nos últimos anos.