Tempos de Halloween? Para meter medo basta estes cinco gráficos de obrigações

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Se as más rentabilidades que os fundos de obrigações recolheram este ano não bastassem, existem sinais no mercado que fazem prever meses e anos ainda mais difíceis. Como todos os anos, a equipa da M&G seleciona os cinco dos gráficos mais assustadores que encontram em obrigações.

A Fed nunca foi capaz de orquestrar uma aterragem suave

O desemprego nos Estados Unidos está em mínimos históricos e o mercado de ações em máximos. E com esse cenário de fundo, a Reserva Federal começou a subir as taxas com o objetivo de manobrar uma aterragem suave: quer abrandar a economia o suficiente para evitar um sobreaquecimento, mas não o suficiente para gerar uma recessão.

Quantas vezes conseguiu nos últimos 70 anos? Avalie você próprio:

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Manter a taxa de desemprego no nível neutro (a barra azul) sem que aconteça uma recessão? Bem, seria algo histórico de se ver.

A geração endividada

A alavancagem dos estudantes norte-americanos cresceu para um nível que fez com que até a Reserva Federal comentasse. “Prejudica o seu rating creditício, afeta metade da sua vida económica”, alertou recentemente o presidente da Fed, Jerome Powell.

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Como lembram da M&G, a dívida dos estudantes também afeta a economia em geral. À medida que os recém-graduados têm de fazer face aos pagamentos, veem-se obrigados a fazer concessões ao seu consumo final, o que gera uma pressão negativa crescente para a economia. “Compram menos bens e serviços e adiam juntar-se ao mercado imobiliário, uma vez que preferem alugar (ou vêm-se obrigados a isso)”, apontam.

O momento anaconda?

Segundo conta a gestora, a parte longa da curva do Tesouro americano tem a alcunha de “anaconda”: presta-se-lhe pouca atenção, uma vez que está a dormir a maior parte do tempo, mas assim que acorda, todos tremem. “As treasuries a 30 anos não mordem, mas os seus movimentos podem ser venenosos na mesma, já que basicamente determinam milhões de taxas hipotecárias assim como o preço que os governos e empresas a nível mundial pagam pela sua dívida”.

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Como se verifica no gráfico, este ano, a Treasury a 30 anos fez uma pausa no seu rally e quebrou até o nível de resistência. A anaconda está a acordar?

E pensava que os investidores estavam mais protegidos

Os investidores gostam de dívida com grandes 'covenants' (acordos, convenções, cláusulas, etc.), uma vez que parecem proteger melhor os seus interesses ao obrigar as empresas a limitar o seu nível de dívida ou pagamento de dividendos. Mas encontrar este tipo de dívida tornou-se mais complicado. De facto, desde a crise financeira, a emissão de dívida com 'covenants' mais suaves ultrapassou largamente os níveis anteriores de 2008.

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Uma emissão com um 'convenant' baixo facilita o facto das empresas em dificuldades continuarem a emitir obrigações, desgastando possivelmente o valor de obrigações com maior tier e por fim desencadeando rácios de recuperação mais baixos para os investidores.

O poder de uma maçã

A Apple já capitaliza mais de 1 bilião de dólares em bolsa. Isto ultrapassa largamente o conjunto do índice Euro Stoxx Bancos, ou seja, o conjunto de 26 das entidades mais potentes da Europa: Banco Santander, BNP Paribas, Deutsche Bank… mas também é maior do que o PIB de países como a Turquia, Países Baixos ou Arábia Saudita.

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Disto tudo, o que assusta realmente? Bem, porque faz apenas 20 anos que a Apple esteve à beira do colapso. “A 90 dias da bancarrota”, como contava o seu co-fundador falecido, Steve Jobs. Agora é a primeira empresa norte-americana a alcançar a quota do bilião de dólares de capitalização. A primeira do mundo foi a PetroChina, em 2007.