Gestor do Franklin Biotechnology Discovery indica pontos de atratividade no sector da Biotecnologia

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Hagerstown Community College, Flickr, Creative Commons

A biotecnologia foi talvez um dos temas de investimento mais destacados no ano de 2014. O Franklin Biotechnology Discovery, da Franklin Templeton Investments gerido por Evan McCulloh, inclui-se nesse universo, e desde o início de 2015 até ao final de março oferece um retorno de 14,11%.

Num recente update que o profissional responsável pelo produto traça, são destacados alguns pontos relativos às tendências globais neste sector. Em primeiro lugar fala do envelhecimento da população . “A esperança média de vida é cada vez maior em todas as partes do mundo e, como consequência disso, cada vez se consome um maior número de medicamentos no mundo”, indica. A inovação é outro dos pontos que suporta o desenvolvimento do sector, existindo atualmente uma “recolha dos frutos da investigação dos últimos 10-15 anos”.

Nesta linha de dinâmica da biotecnologia não é esquecida a grande atividade em termos de Fusões e Aquisições. “Prevemos um aumento da atividade da M&A durante os próximos anos. As grandes empresas vão continuar a comprar empresas mais pequenas, com um grau de inovação muito maior”, preveem. Porque nem tudo é um “mar de rosas”, Evan McCulloh entende que há que ter atenção a um dos maiores riscos do sector por esta altura: a política de reembolsos por parte das seguradoras. “Atualmente estamos perante níveis comportáveis no que diz respeito aos custos para as seguradoras, mas há que ter um grande controlo para que não subam exponencialmente, porque poderá pôr em risco a cobertura e, consequentemente, os gastos com medicamentos”.

Obama Care e FDA: o peso da regulação

O contexto regulatório assume igualmente uma importância assinalável para o sector, e é a este nível que a Franklin Templeton aponta duas mudanças. Por um lado recorda que a FDA (Food and Drug Administration), no passado, esteve muito fechada em relação à aprovação de novos medicamentos, executando procedimentos muito burocráticos. No entanto, em 2010, a postura começou a mudar. “Desde esse ano que o governo duplicou o orçamento deste órgão. Contrataram 1.000 novas pessoas e, consequentemente passou-se de uma postura conservadora para uma atitude muito proactiva, reunindo-se constantemente com as empresas do sector e com a comunidade médica”, enfatiza.

Por outro lado,  assinala duas consequências do Obama Care, que poderão também impactar o negócio. No curto prazo, e numa perspetiva positiva, entende que o programa de saúde posto em marcha por Obama “aumenta o número de pessoas com seguro, e isso faz aumentar o número de medicamentos”. No longo prazo, indica que “o custo económico é muito alto e terá muita pressão sobre o custo dos reembolsos das empresas seguradoras, tanto em termos de preço como ao nível do volume”. Se nas empresas de serviços e indústria médica acredita que esta política terá um efeito positivo, nas empresas farmacêuticas e de biotecnologia o efeito poderá ser mais neutral ou negativo.

Small caps: maior ponto de oportunidade

“O PER do sector está em consonância com a média histórica”, dizem da Franklin, de onde esperam um crescimento dos lucros empresariais, a este nível, de 20% durante os próximos 3 a 5 anos. Num olhar sobre as empresas com mais valor atualmente, entendem que as large caps estão fair value e as mid caps um pouco caras. Por isso dizem encontrar “mais oportunidades nas small caps”.