“Gestão de risco que não compromete o retorno”

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Vitor Duarte

Chegou a vez do Santander contribuir em mais uma opinião subordinada à rubrica “Um fundo porque sim”. Paulo Sá, do Gabinete de Gestão de Activos Private do Santander Totta, elege o DWS Concept Kaldemorgen, gerido pela Deutsche AWM. Leia os motivos.

O DWS Concept Kaldemorgen é um fundo multiestratégia conservador que pode investir em acções, obrigações, moedas e commodities numa base global e flexível. O fundo segue uma abordagem de retorno total explícita e, portanto, não tem benchmark.

Definiria que a principal marca do fundo é o facto do seu processo de investimento, conciliar de uma forma muito estreita a gestão do risco da carteira com o “asset allocation”.

No processo de investimento, o gestor estabelece uma alocação de activos com base na atractividade relativa de cada classe de activos e sua contribuição para o risco total da carteira. A equipe funde a análise fundamental dos seus especialistas com uma visão macroeconómica servindo esta estratégia “top-down” como um guia para a construção da carteira. Contudo a equipa tem o poder discricionário para desviar-se e poder optar por investir nos títulos que satisfaçam os seus critérios de investimento ou apetite pelo risco.

Embora as directrizes de construção do portfolio não estabeleçam nenhum intervalo pré-determinado para cada classe de activos ou em posições individuais (com o excepção dos investimentos de commodities, que não pode exceder os 10%), na prática a gestão do fundo considera que uma exposição de 3% como de “alta convicção”. Com efeito a gestão de risco desempenha um papel central na estratégia do fundo. Uma profunda análise de risco e um processo de monitorização diário são integrados na filosofia de investimento com o objectivo de:

· Manter volatilidade na faixa de um dígito.

· Manter um nível  máximo de “drawdown” anual abaixo de 10%.

Este “bias” vincado de um controlo muito apertado do “shortfall risk”, tem sido consentâneo com os resultados a que o fundo se propõe: i)12,8% de performance nos últimos 12 meses com volatilidade de cerca de 5,5%, ii) enquanto que nos últimos 22 meses o fundo apenas por 2 vezes apresentou performance mensal negativa. Imagem abaixo.

A estratégia implementada por Klaus Kaldemorgen não tem passado despercebida aos investidores tendo o AUM do fundo crescido dos 1bln€ em Agosto/14 para o actuais 2.865 bln€.

Nota ainda para o facto de a carteira tender a ser bem diversificada, com 75 a 125 participações em média, e apresentar um perfil de risco/retorno assimétrico, procurando capturar 2/3 do “upside” do mercado e 1/3 do seu “downside” .

Com um posicionamento actual a rondar os 40% em acções, 26% obrigações e 30% em “cash”, a equipa procura posicionar-se através de vários instrumentos de acordo com o ciclo económico global, as expectativas do mercado e de sentimento, demonstrando uma flexibilidade e gestão de risco que considero importante para um ano de 2015 em que se estima que o FED iniciará uma subida de taxas de juros e que tal movimento suscite um incremento de volatilidade nos diferentes mercados financeiros.”