Gestão de Patrimónios: os mares agitados têm afetado o barco das ações

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Jason & Michelle, Flickr, Creative Commons

O barco dos mercados financeiros andou a navegar por mares agitados ao longo dos primeiros meses do ano. Pegando no exemplo nacional, o PSI-20 nos primeiros cinco meses do ano registou uma desvalorização de 6,7% e apresentou uma volatilidade, no período, de 22,9%. Neste último indicador, verificamos que essa agitação é superior ao mesmo período de 2015, já que no ano passado a volatilidade foi de 19,81%.

O mesmo tem acontecido a nível internacional, com os diversos mercados financeiros a derraparem nos primeiros cinco meses do ano. Por exemplo, o MSCI Europe apresenta uma queda de 5,08% no período, enquanto o MSCI World regista uma desvalorização de 1,73% quando analisado em euros.

Neste contexto não é difícil de prever que o valor investido em ações pelas gestoras de patrimónios também tenha derrapado ao longo dos primeiros cinco meses do ano, tal como o gráfico abaixo comprova.

Segmento em queda

No final de maio, o valor das carteiras sob gestão discricionária, em Portugal, atingia os 57.448,1 milhões de euros, menos 0,3% do que o valor registado no mês de abril. Face ao final do ano passado a queda é de 4,4%. Estes dados são apresentados pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios – APFIPP – que representa 91,3% do valor total gerido em Portugal

Também o investimento em ações tem seguido a mesma tendência. Ao longo dos primeiros cinco meses do ano o investimento nesta classe de ativos decresceu em cerca de 20%, para um valor total de 4.185 milhões de euros. A Associação divide o investimento em ações em quatro segmento, sendo que todos eles apresentam um decréscimo entre o final de 2015 e o final de maio passado. A maior queda percentual, no período, foi registada nas Ações Americanas, que decresceu 22,98% para um total de 566 milhões de euros.

Relativamente à maior descida, em termos monetários, foi registada no segmento de “outras ações internacionais”. Nos primeiros cinco meses do ano o investimento nestas ações caiu quase 400 milhões para um total de 1.344 milhões. Mesmo com a queda registada, esta categoria continua a ser a maior entre as ações.

Decréscimo abaixo de 20% nas restantes

Nas restantes categoria, mais viradas para a Europa, a descida percentual foi menos notada. O investimento em ações nacionais foi mesmo o que menos decresceu, com a queda a situar-se em 10,71% para um total de 1.115 milhões de euros. Já as “outras ações europeias” caíram 19% para mais de 1.158 milhões de euros.

Investimento em ações pelas Gestoras de Patrimónios

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Fonte: APFIPP