Fundos que investem no Brasil será que têm “dançado o samba”?

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Portugal chegou ao Brasil a 22 de abril de 1500 por intermédio de Pedro Álvares Cabral. Nos últimos 500 anos houve a corrida ao ouro do Brasil, que nos tempos modernos se pode traduzir em investimento no país, considerado um dos BRIC desde 2001.

Em Portugal existem quatro fundos de investimento que investem diretamente no mercado brasileiro, sendo geridos por três entidades nacionais. Os quatros produtos somavam, no final de maio, mais de 50 milhões de euros em ativos sob gestão, com o maior produto a ser o BPI Brasil, gerido por José Mendes da BPI Gestão de Activos. O fundo tinha no mês passado mais de 37 milhões de euros e uma carteira composta por mais de duas dezenas de ações que representavam cerca de um terço da carteira total. Já quase metade do investimento está alocado em “liquidez”, com ativos estatais em plano de destaque.

Sob responsabilidade do mesmo gestor encontramos o BPI Brasil Valor. É o fundo mais pequeno dos quatro, com apenas 2 milhões de euros em património. Ainda assim, é um fundo que investe no mercado de ações, numa proporção de investimento de três quartos da carteira. Entre os maiores investimentos em carteira encontramos a financeira Itausa Investimentos e também as empresas de consumo Ambev e Lojas Renner.

O segundo maior fundo que investe no Brasil é o Dunas Banco BIC Brasil gerido pela Dunas Capital em conjunto com a consultora BRZ Investimentos. No final de maio o seu património ascendia a mais de 10,5 milhões de euros. Dois terços da carteira é composta por obrigações, sendo que no total existem quase duas dezenas destes títulos, com destaque para a BRF, Itau Unibanco ou Hypermarcas. No entanto, a maior posição vai para um ETF que investe no mercado ‘canarinho’. Trata-se do iShares MSCI Brazil, cuja gestão está a cargo da iShares.

O último fundo deste rol é gerido por Ricardo Santos da GNB Gestão de Ativos e designa-se de NB Brasil. No final de maio registava um volume sob gestão que ascendia a 2,1 milhões de euros. No mês passado, e segundo a publicação da entidade gestora, houve dois aspectos que ajudaram o fundo: por um lado a “exposição defensiva em ações” e por outros as “empresas exportadoras, sobretudo no sector da pasta e papel, como a Suzano e a Fibria”. Em maio, a carteira tinha 12 ações e apenas duas obrigações. As maiores posições iam para os títulos de dívida soberana e para algumas ações de empresas como a TIM ou o Itau.

Desempenhos com pouco destaque

Nos prazos mais comuns de análise, o investimento no Brasil não tem sido favorável. No entanto, o mês de abril veio dar um novo alento já que nesse mês os melhores produtos em Portugal foram aqueles que investem no Brasil. Os fundos nacionais aproveitaram da melhor forma o facto de no quarto mês do ano o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, ter acumulado ganhos de 9,93% o que combinou com a desvalorização do real.

Divisão dos ativos sob gestão dos fundos que investem no Brasil

para aumentar

Fonte: Morningstar no final de maio.