Fundos ‘private equity’ fortalecem novos sectores da economia

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Bart sparnaaij, Flickr, Creative Commons

Luiz Chrysostomo de Oliveira Filho, presidente do Conselho de Ética e do Conselho de Regulação e Melhores Práticas de fundos de investimento de participações (FIP) e fundos de investimento em empresas emergentes (FIEE) da ANBIMA, esteve no 7º Congresso de fundos da ANBIMA abordando o tema dos fundos de private equity, conhecidos como responsáveis pela injecção de recursos em empresas com bom potencial de crescimento. Assim, salientou novos sectores da economia que despertam maior interesse para este tipo de fundos.

O sector de ‘private equity’ conta com 575 fundos que têm 83 mil milhões de reais de capital comprometido. O número é do final de 2012 e supera em 30% o volume de capital do final de 2011, segundo dados da ANBIMA e da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP). Capital comprometido é a soma dos valores já investidos e do saldo ainda disponível para novos investimentos dos fundos em operação.

No ano passado, o volume de recursos captados no mercado nacional superou a participação dos recursos de origem estrangeira. A parcela nacional chegou a 51% dos recursos, cinco pontos percentuais a mais do que no final de 2011.  “Houve maior interesse dos investidores brasileiros”, afirmou Oliveira Filho, que é também sócio-director do fundo de ‘asset management’ Neo Investimentos.

De acordo com os participantes do debate, sectores tradicionais que não são representados na bolsa de valores na mesma proporção de sua importância na economia brasileira, como o agrobusiness, têm nos fundos ‘private equity’ um caminho para se capitalizar. “O Brasil tem a maior disponibilidade de água potável do planeta e é o único país do mundo com uma grande faixa cultivável latitudinal, podendo continuar a produzir mesmo quando há problemas climáticos numa região”, disse Amaury Fonseca Júnior, director da Vision Brazil Gestão de Investimentos e Participações, que administra 1,8 mil milhões de dólares em activos.

Para Márcio Verri, membro do Comité de Fundos de Investimento em Participações da ANBIMA e sócio-executivo e CEO da Kinea Investimentos, os fundos contribuem com muito mais do que capital financeiro para as empresas investidas. “Nós aportamos governança corporativa, melhores práticas de gestão e melhorias operacionais às empresas, além de capital”, diz Verri.

 “O ‘private equity’ é o melhor veículo para suprir a lacuna [de investimento] entre as empresas cotadas em bolsa e as não cotadas”, disse Jonas Gomes, sócio-fundador da BR Investimentos.