Fundos portugueses reforçam presença nas bolsas da zona euro

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EUintheUS, Flickr, Creative Commons

Ainda que se coloquem em cima da mesa evidências acerca da ameaça de deflação na zona euro, não deixam de ser assinaláveis os sinais de recuperação económica que o velho continente emite. Os organismos de investimento colectivo portugueses parecem estar a “beber” cada vez mais desta boa fase, já que o investimento em ações de países da zona euro, “soma e segue”.

Os últimos dados da CMVM referentes a fevereiro dão conta dessa mesma tendência. O maior crescimento de investimento de janeiro para fevereiro feito pelos fundos de investimento portugueses aconteceu ao nível da bolsa espanhola. De um mês para o outro, os fundos nacionais aumentaram em 29,1% a sua exposição a ações do país vizinho. No total, os produtos mobiliários nacionais investem 87,7 milhões de euros no mercado espanhol. Se em janeiro o peso do investimento na bolsa do país vizinho era de 5,5%, em fevereiro esse valor subiu para 6,7%. Diogo Teixeira, Administrador da Optimize Investment Partners, indica precisamente que na entidade se “tem vindo a reforçar nas carteiras de fundos o peso das ações periféricas, devido ao atraso de valorização que ainda apresentam em relação aos seus pares do centro da Europa”.

Na rota dos periféricos

Neste sentido, é de notar que o segundo maior aumento de investimento dos fundos portugueses entre janeiro e fevereiro aconteceu noutro país periférico: Itália. O investimento feito na bolsa de Milão cresceu 20,4% do primeiro para o segundo mês do ano, e em termos de peso de investimento feito pelos fundos nacionais, este é de 2,8%, o que soma 37,1 milhões de euros investidos em ações italianas. Também as ações francesas são objecto de maior interesse pelos fundos nacionais. De janeiro para fevereiro, o investimento feito nas ações do CAC 40 aumentou 18,6%, o que se traduz num montante de 131,5 milhões de euros investidos. De reforçar que o investimento na bolsa de Paris é o terceiro maior feito pelos fundos nacionais.

Ações norte-americanas menos "interessantes"

Em sentido contrário, há que reforçar a queda de investimento nas ações norte-americanas. Ainda que a seguir a Portugal este seja o mercado onde os fundos nacionais mais investem (17,2% de peso), de janeiro para fevereiro esse investimento caiu 9,6%. Da Optimize, Diogo Teixeira, explica que “as ações norte-americanas caíram ligeiramente desde o início do ano, mas continuam a apresentar um nível de valorização sensivelmente mais elevado em relação a países periféricos europeus”. Por isso, na entidade, o Administrador assinala: “tínhamos poucas ações americanas nas carteiras dos fundos e continuamos a ter poucas”.