Num período de 12 meses em que as posições de investimento direto nas carteiras da gestão de patrimónios nacional apontam para uma redução do risco, vimos também que a rubrica de fundos de terceiros foi uma das que beneficiou da volatilidade e cresceu 8,4% entre junho de 2018 e de 2019. Importa assim perceber se a tendência para o de-risking verificado nas rubricas de investimento direto em ações e instrumentos de rendimento fixo está também patente nesta rubrica genérica de fundos de terceiros, que representa 18,9% do total das carteiras da gestão de patrimónios e 14,6% dos AuM geridos pelas entidades associadas da APFIPP.
Com dados da Associação Portuguesa de Fundos, Pensões e Patrimónios analisamos com mais detalhe a distribuição do montante alocado a fundos de terceiros nas carteiras das suas associadas. O conjunto das entidades gestoras associadas da APFIPP representa mais de 90% do mercado, segundo a associação, o que dá uma indicação muito clara daqueles que serão os movimentos nas carteiras em geral.
E se nos concentrarmos nas principais rubricas a tendência confirma-se. Os fundos de ações foram preteridos em favor dos fundos monetários e de obrigações. As duas principais rubricas deste balanço mostram uma quebra de 4,1% nos fundos de ações estrangeiros, para os 2.920,17 milhões de euros, enquanto os fundos de obrigações estrangeiros cresceram 20,4%, para os 2.422,75 milhões de euros, uma variação de mais de 400 milhões de euros.
A categoria de outros fundos mobiliários estrangeiros, que incluiu todos aqueles que não se incluem nas três rubricas específicas, recuou 15,3% e fechou o semestre com uma alocação de 992,91 milhões de euros.
Fundos portugueses
Já no que se refere ao produto mobiliário nacional vemos uma quebra em todas as rubricas à exceção dos fundos mistos, categoria que, em virtude da oferta nacional, deverá ser aquela que compõe a rubrica de Outros Fundos Mobiliários Portugueses. Estes cresceram 64,8% nos 12 meses que terminaram a 30 de junho de 2019, enquanto as restantes rubricas viram quebras significativas no período.
Destaque também para o crescimento 'simpático' da rubrica de fundos imobiliários portugueses na carteira da gestão de patrimónios. Esta representava, a 30 de junho, um montante de 1.394,9 milhões de euros, o que representa um crescimento de 15,9% face ao período homólogo e uma variação absoluta superior a 190 milhões de euros.