Fundos de obrigações e alocação nacionais superam pares internacionais

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Urrsula, Flickr, Creative Commons

Nos últimos doze meses, o mercado nacional de fundos mobiliários valorizou cerca de 6,04%, abaixo dos 11% dos fundos estrangeiros que estão disponíveis para comercialização no mercado português, mostram dados da Morningstar.

Muito embora estejamos perante categorias que englobam uma quantidade diferente de fundos e, mais especialmente, um tratamento fiscal desigual entre os fundos nacionais, onde o mesmo é feito dentro da esfera do produto e os estrangeiros, sujeitos a retenção na fonte até à data (eventual alteração com a proposta de reforma do IRS apresentada na Assembleia da República), verifica-se a existência de 14 categorias Morningstar de fundos de investimento onde as rendibilidades médias nos últimos doze meses foram superiores nos produtos domésticos. 

Perfil do cliente português

As categorias com melhores resultados para os produtos domésticos face aos internacionais coincidem com as mais populares para os investidores portugueses. Assim, as categorias que englobam os fundos de obrigações, nos seus diferentes prazos, e os de alocação são as que mais brilham. 

A categoria que engloba os fundos de alocação mais defensivos, segundo categorização da Morningstar, também apresenta resultados superiores nos fundos nacionais quando comparada com os fundos geridos por entidades internacionais. A rendibilidade média no último ano foi de 17,48%, três pontos percentuais acima dos fundos estrangeiros disponíveis para comercialização no nosso país. Também outras categorias de alocação registam resultados superiores.

A dívida corporativa de curto prazo aparece, igualmente, na lista das maiores diferenças quando se compara a rendibilidade média nos últimos doze meses entre os fundos nacionais e os estrangeiros. A categoria Morningstar que inclui os fundos “Corporate Bond - Short Term“ teve, em Portugal, um retorno médio de 4,87%, mais 2,5 pontos percentuais do que a média da mesma categoria para os fundos estrangeiros. 

Ligação ao Brasil com benefícios

Historicamente, Portugal e o Brasil encontram-se mais próximos. E nos últimos doze meses essa ligação refletiu-se nos fundos nacionais em comparação com os fundos estrangeiros. Os dados publicados pela empresa de análise mostram que na categoria de ações Brasil, os fundos nacionais conseguem superar, em quase quatro pontos percentuais, alguns dos seus pares estrangeiros. Em Portugal os fundos desta categoria atingiram uma rendibilidade média de 1,81%, enquanto os fundos estrangeiros apresentam uma rendibilidade negativa de aproximadamente 2,1%.

 

Categorias Morningstar onde os fundos nacionais superaram os fundos internacionais nos últimos doze meses

Categoria Rendibilidade média 1 ano (%) fundos nacionais Rendibilidade média 1 ano (%) fundos internacionais
Brazil Equity (Eur) 1,81 -2,10
Cautious Allocation (Eur) 17,48 13,89
Corporate Bond - Short Term (Eur) 4,87 2,35
Government Bond (Eur) 12,48 10,50
Diversified Bond - Short Term (Eur) 3,82 1,98
Other (Eur) 7,06 5,76
Aggressive Allocation - Global (Eur) 7,86 6,88
Flexible Allocation (Eur) 9,81 8,83
Guaranteed Funds (Eur) 7,39 6,69
Ultra Short-Term Bond  (Eur) 1,61 0,94
Money Market  (Eur) 0,88 0,51
Cautious Allocation - Global (Eur) 5,17 4,83
Corporate Bond  (Eur) 7,66 7,33
Sector Equity Communications 12,05 11,84
Análise Funds People a partir dos dados disponibilizados pela Morningstar a 30 de setembro de 2014.