Fundos de investimento com incremento de 15% nos recursos fora do balanço do Crédito Agrícola

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O Grupo Crédito Agrícola fechou as contas de 2019 com uma manutenção da trajetória crescente que tem vindo a registar nos últimos anos, ao apresentar um resultado líquido consolidado de 131,5 milhões de euros no exercício. A contribuir para este resultado consolidado destaca-se, essencialmente, a boa performance do negócio bancário do grupo, que obteve um resultado na ordem dos 115,5 milhões de euros.

Também os recursos de clientes (on e off balance) aumentaram, atingindo os 17 mil milhões de euros, o que representa um aumento de 7,5% face aos 15 mil milhões conseguidos em 2018. O comissionamento líquido também beneficiou de um incremento de 6,1%, chegando aos 123,4 milhões de euros, e assim contribuindo positivamente para o aumento de 1 milhão de euros registado ao nível do produto bancário.

Concretamente sobre a angariação de recursos fora de balanço, e apesar destes terem apresentado um decréscimo de 8,1% para os 1.857 milhões de euros em 2019, no que concerne à comercialização de fundos de investimento a evolução foi positiva. Os fundos de investimento mobiliários cresceram em 134 milhões de euros e os imobiliários 20 milhões (+21,2% e +4,9 face a 2018, respetivamente). Já os seguros de capitalização variaram negativamente 32,4% (-318 milhões de euros) fixando-se nos 663 milhões no ano em questão.

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2019 ficará para a história do Grupo Crédito Agrícola por ser o primeiro ano em que a Crédito Agrícola GEST ficou autorizada, registada e exerceu todas as principais funções de gestão de ativos. A sociedade gestora do grupo passou assim a poder gerir Organismos de Investimento Coletivo em Valores Mobiliários (OICVM), incluindo os Organismos de Investimento Alternativo, Organismos de Investimento Imobiliário (OII) e a exercer gestão discricionária e individualizada de carteiras por conta de outrem, incluindo as correspondentes a fundos de pensões.

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Nesse sentido, no final do ano passado a entidade gestora do grupo Caixa Agrícola detinha apenas um fundo de investimento alternativo, o CA Institucionais, que, conforme indicam no relatório, destina-se “exclusivamente às carteiras de investimento de empresas do Grupo Crédito Agrícola e que representa 0,2% do mercado nacional” e que terminou o ano com “valor líquido de 20 milhões de euros e distribuiu aos participantes rendimentos de 137 mil euros”.

Já nos fundos imobiliários a expressão da CA GEST no mercado nacional aumenta ligeiramente, com uma “quota de mercado de 0,4% correspondentes ao ativo líquido do ImoValorCA que ascendia a 35,6 milhões de euros” no final do exercício. No âmbito dos fundos de pensões geridos pela CA Vida, a evolução em 2019 foi positiva, “com o valor dos montantes sob gestão a registar um crescimento de 25,6%”.

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Por fim, no negócio da gestão de patrimónios, a CA GEST registou uma redução de 12,9% nos ativos sob gestão para os 1,4 mil milhões de euros, facto esse que se ficou a dever à “descontinuação da comercialização, pela Crédito Agrícola Vida, de soluções abertas e ao vencimento de produtos de capital e rendimento garantidos de duração determinada”, conforme expõem no documento. Contudo, a entidade inaugurou em julho 2019 um novo produto Unit Linked, “com uma política de investimentos semelhante às carteiras de capital e rendimento garantidos”, mas cuja expressão, no final do ano, ainda tinha pouco significado.

Um olhar atento sobre 2020

Houve ainda espaço no relatório para uma nota referente às expectativas para o ano corrente, naturalmente pautadas pela atual crise pandémica. Sobre este assunto, no documento consta que “o Conselho de Administração Executivo da Caixa Central não dispõe de estimativas específicas e quantificação à presente data, dos impactos futuros do coronavírus ao nível da economia nacional e em particular ao nível dos volumes de negócio da Caixa Central e do Grupo”. Não obstante, o órgão soberano do grupo manterá “o acompanhamento diário da situação e promoverá a actualização das estimativas com base na informação entretanto conhecida internamente e externamente, com base nas várias fontes externas a que tem acesso, por forma a adoptar as medidas de resposta, de mitigação de impactos e/ou de recuperação, mais adequadas aos impactos estimados ou verificados”.