Taxas de juro dos depósitos voltam a recuar

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Tara Schmidt, Flickr, Creative Commons

Notas de informação estatística do Banco de Portugal publicadas recentemente mostram a evolução dos empréstimos e depósitos bancários de sociedades não financeiras e de particulares, e ainda, relativamente às taxas de juro de novas operações de empréstimos e depósitos, relativas a março de 2017.

Em relação aos empréstimos, observa-se uma continuação da tendência negativa, já que as taxas de variação anual se mantiveram negativas face a fevereiro, tanto para os empréstimos concedidos pelos bancos a sociedades não financeiras como a particulares. No caso dos primeiros, a taxa de variação anual foi de -2,3%, e no caso dos segundos foi de -2,7%.

Relativamente à taxa de juro média dos novos empréstimos concedidos a sociedades não financeiras, em março fixou-se nos 2,71%, “inferior aos 2,89% registados em fevereiro, correspondendo a um novo mínimo histórico da série”, destaca a entidade. Para o mesmo segmento, o volume de novos empréstimos concedidos movimentou-se em sentido oposto, passando de 1.831 milhões em fevereiro, para 2.591 milhões.

Nas novas operações de empréstimos a particulares para habitação registou-se a mesma tendência, com a taxa de juro média a atingir um novo mínimo histórico de série, fixando-se nos 1,77%. Já para o crédito ao consumo e para outros fins fixou-se nos 7,48% e nos 3,83%, respetivamente.

Taxa de variação anual negativa nos depósitos de particulares pela primeira vez em três anos

Segundo a publicação, os depósitos a particulares nos bancos residentes ascendiam a 138 mil milhões de euros, registando-se uma taxa de variação anual negativa, na ordem dos -0,4%, pela primeira vez em três anos. Este registo deve-se à “preferência das famílias por aplicações alternativas para a poupança, nomeadamente, instrumentos de dívida pública”, revela a entidade.

TVA

Fonte: Banco de Portugal, março de 2017

Esta preferência por parte dos particulares pode estar, em parte, relacionada com as taxas de juro de novas operações de depósitos, uma vez que a taxa de juro média dos novos depósitos até um ano se fixou nos 0,29%, abaixo do valor observado no mês passado. Apesar disso, “nos depósitos a menos de dois anos, que representam mais de três quartos do total de depósitos de particulares, a tva foi de 10,2%”, pode ler-se na publicação.

TAXA

Fonte: Banco de Portugal, março de 2017

No caso dos depósitos, até um ano, de sociedades não financeiras o valor fixou-se em 0,20%, seguindo a mesma tendência verificada no caso dos depósitos de particulares, terminando o mês de março abaixo do valor registado em fevereiro.