Ética ou rentabilidade: O que motiva os investidores na hora de gerir o seu património

Carla
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(TRIBUNA de Carla Bergareche, diretora geral para Espanha e Portugal da Schroders. Comentário patrocinado pela Schroders.)

Investir é uma escolha pessoal influenciada por uma série de fatores que afetam a forma como gerimos o dinheiro. Neste sentido, os nossos valores são um aspeto essencial na hora de investir e, para a maioria, esta questão não é negociável.

Ainda que a pandemia da Covid-19 tenha abalado os mercados em todas as praças mundiais, assim  como a rentabilidade esperada da maioria dos investidores; parece que há dois pilares que não sucumbiram ao vaivém do vírus: a ética dos investidores e o interesse pelos produtos de investimento sustentável.

De facto, 82% dos portugueses não investiriam contra os seus princípios, segundo revela a segunda parte do Estudo de Investidores Globais 2020 da Schroders; em contraste, os investidores dos Estados Unidos (67%) ou Singapura (67%) são os que mais prioridade dão à rentabilidade.

Mas que percentagem de rentabilidade seria necessária para ‘corromper’ a ética dos investidores? Pois bem, para os portugueses a rentabilidade média do seu investimento teria de ser 20% para compensar adequadamente qualquer sentimento de culpa, valor que pressupõe quase o dobro da rentabilidade média anual que os investidores esperam para os próximos cinco anos.

Neste sentido, é de perguntar se estas premissas mudam quando os investidores têm maiores conhecimentos financeiros. Chama a atenção o facto de que com maiores conhecimentos sobre finanças, a rentabilidade vai tendo uma maior prioridade na hora de seleccionar os ativos em que investimos. Na verdade, quase um terço (29%) dos investidores que se descrevem a si próprios como “especializados” em temas de investimento são mais propensos a mudar as suas convicções pessoais com vista a obter mais rentabilidade, em comparação com os 18% dos inquiridos com conhecimentos rudimentares de investimento.

O impacto ambiental no enfoque dos investimentos

O investidores são cada vez mais consciente de como as suas decisões financeiras afetam o ambiente. De facto, temos visto como este compromisso tem aumentado a nivel global, já que 47% dos investidores reconhecem que investem em produtos sustentáveis, face a 42% há dois anos.

Em Portugal, 44% dos investidores já investem com uma filosofia sustentável. Além disso, podemos observar que a luta contra as alterações climáticas está a penetrar nos investidores inclusivamente mais do que a rentabilidade. De facto, o principal motivo que leva os investidores portugueses a escolher fundos sustentáveis é o seu menor impacto ambiental, seguido da probabilidade de que gerem maiores rentabilidades e o facto de se alinharem com os seus princípios sociais.

É muito positivo comprovar que a maioria dos investidores já está consciente de que investir de forma sustentável não significa sacrificar a rentabilidade. A conciliação dos dois objetivos (contribuir para um mundo mais sustentável e obter rentabilidade) é possível e desejável.

Credenciais de sustentabilidade: essenciais para contratar um fundo sustentável

A visibilidade das credenciais de sustentabilidade de um fundo é essencial para que os investidores portugueses invistam nele. Assim o declara mais de metade dos inquiridos (60%). Entre as acreditações a que os portugueses dão mais valor encontram-se as certificações de terceiros (37%) que asseguram o carácter sustentável do produto e a própria declaração da sociedade de investimentos (33%).

O Estudo deste ano demonstra que o investimento sustentável veio para ficar. E esta prioridade já está bem presente na construção das nossas carteiras e na importância que damos à informação e à comunicação com os nossos investidores. Uma vez que, do nosso ponto de vista, que os investidores compreendam o que realmente significa e implica investir de forma sustentável é um aspeto essencial para que esta tendência sustentável se mantenha.

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