ETFs mais negociados em abril tiveram exposição a ações e privilegiaram a Europa

cores_espetro_
@Doug88888, Flickr, Creative Commons

No Banco Best, nos ETFs mais negociados “mantém-se a preferência pelo investimento em ações”. Carlos Almeida, diretor de investimentos da entidade,  explica que “a preferência dos investidores foi para a zona euro, através da seleção do ETF da sociedade gestora BlackRock - o iShares EURO STOXX 50 UCITS - que investe nas 50 maiores empresas, essencialmente do mercado francês, alemão e espanhol”. Tal como já tinha acontecido no mês anterior o profissional realça que “mantêm-se a procura pelo mercado nacional e pelo investimento em private equity, através dos ETFs Comstage PSI20 UCITS Eur e do ETF iShares Listed Private Equity UCITS ETF EUR”. Já no segmento de mercados emergentes “a seleção teve por base o ETF iShares BRIC 50 UCITS ETF EUR, que permite investir no Brasil, Índia, Rússia e China (Shares H), assumindo as ações chinesas uma posição maioritária de cerca de 62% do ETF”. A finalizar o Top 5 do mês apresenta-se “o ETF iShares MSCI Eastern Europe Capped UCITS ETF, que investe maioritariamente no mercado acionista da Rússia, Polónia, Hungria e Republica Checa, com base na regra de investimento 10/40. A regra de 10/40 tem por base limites estipulados pelas UCITS em que o investimento numa empresa está limitado a 10% do total do índice e a soma do investimento em empresas com peso no índice entre 5% e 10% não pode ultrapassar 40% do total”.

Do Banco BiG, Isabel Soares, gestora de produto, salienta em primeiro lugar que “os ETFs continuam a assumir-se como um dos instrumentos preferenciais para a tomada de posições estratégicas e exposição a alguns mercados e subjacentes específicos”. A profissional assinala ambém que “à semelhança do que tem acontecido no decorrer dos últimos meses, estes produtos voltaram a apresentar volumes de negociação bastante interessantes no decorrer do mês de abril”. Em concreto sobre a lista dos 10 ETF mais negociados, sublinha que “7 permitem exposição ao segmento accionista”. “Os movimentos de correcção a que assistimos nos mercados europeus potenciaram a negociação destes produtos: enquanto alguns investidores optaram por realizar algumas mais-valias acumuladas (nomeadamente em ETFs como Lyxor ETF IBEX 35 ou Comstage ETF PSI 20), outros optaram por tirar partido das desvalorizações para entrarem em mercado a níveis que consideraram mais interessantes (produtos como iShares EuroStoxx 50, ou Lyxor ETF DAX registaram inflows muito significativos nos 2 últimos dias de Abril)”, resume. Por fim, salienta que tal como noutros meses se continua a “assistir a uma procura crescente por ETFs com exposição ao segmento de dívida. As soluções high yield voltaram a destacar-se pelos volumes negociados (nomeadamente dois produtos iShares: uma versão com enfoque geográfico na europa e outra global)”.

Do ActivoBank, João Graça, começa por salientar que “os ETFs alavancados são a principal solução de investimento dos nossos clientes”. Sobre o mês em análise diz que se verificou “uma aposta de vários investidores em mercados emergentes, em particular a China, na expectativa que sejam anunciadas algumas medidas de estímulo para se atingir a meta de crescimento”. Quando o olhar é sobre os sectores, João Graça aponta que “os sectores tecnológicos, semicondutores e energético garantiram as preferências dos investidores”. Faz referência em particular ao energético, no qual acreditam que os posicionamentos são de muito curto prazo “no sentido de beneficiar da recuperação que o petróleo possa ter no curto prazo e o impacto deste na valorização das ações das empresas do setor”.