ETF mais subscritos: value e ações americanas formaram as preferências dos investidores

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Eternos Indicadores, Flickr, Creative Commons

Em abril, recuperações mil. Pois é, abril não ficou marcado por “chuvas mil”, mas por uma recuperação generalizada dos mercados após as quedas que, por muito que os investidores queiram, não vão conseguir esquecer tão depressa. Através da habitual análise mensal de Rui Castro Pacheco, diretor-adjunto do Banco Best, e João Queiroz, head of online banking do Banco Carregosa, ficamos a conhecer quais foram as preferências dos investidores de ETF no mês passado.

“Após a forte destruição de valor e com forte volatilidade registada em março (o VIX atingiu mais de 85%), o mês de abril foi de recuperação gradual onde assumiu protagonismo o sector tecnológico e o de distribuição de retalho, tendo encontrado suporte nos enormes estímulos e programas desenhados para estabilizar o sistema financeiro e a recuperação económica”, começa por explicar o profissional do Banco Carregosa.

João Queiroz comenta que em abril “os investidores estiveram mais orientados para value escolhendo as empresas com positivos retornos dos ativos e dos capitais próprios (ROA e ROE), histórico de sustentado pagamento de dividendos e com forte geração de fluxos de caixa, o que tende a ser a característica de momentos de incerteza”.

O profissional explica ainda que com a elevada e abundante disponibilidade de recursos financeiros por parte, por exemplo, dos bancos centrais, “a evolução dos ativos de risco obedeceu mais a perspetivas de futura recuperação económica e de retoma gradual da atividade, o que aparentemente colocou as avaliações das ações algo descorrelacionadas com a realidade socioeconómica como crescimento do desemprego, quebra do rendimento disponível das famílias, diminuição das receitas das empresas e menor arrecadamento de impostos e contribuições”.

Do lado do Banco Best, o diretor-adjunto da entidade, Rui Castro Pacheco, refere que as escolhas dos investidores foram diversificadas muito embora a preferência tenha sido por ações americanas. “Quanto a ETFs que seguem índices de ações, para além do mais generalista e global iShares Core MSCI World UCITS ETF USD (Acc) EUR, o grande destaque foi para os mercados americanos”, conta.  O profissional explica que “o índice S&P 500 foi utilizado em  três alternativas entre as quais uma com cobertura cambial, com os três ETFs, seguintes: Vanguard S&P 500 UCITS ETF EUR, SPDR® S&P 500 ETF Trust e iShares S&P 500 EUR Hedged UCITS ETF (Acc) EUR”.

Nas commodities, o ETF mais subscrito pelos clientes do Banco Best foi um ETF que, como explica Rui Castro Pacheco “replica a evolução do preço do petróleo, o United States Oil Fund, LP, que este mês apresentou grande volatilidade com investidores a tentarem entrar para aproveitar preços baixos ou a sair para cortar as perdas sofridas”. O ouro também surgiu entre as preferências que segundo o profissional “terá sido potencialmente utilizado para estabilizar e diversificar carteiras de investimento”.

Por fim, mas não menos importante, nos índices de obrigações, “o ETF mais negociado este mês foi o iShares $ Treasury Bond 7-10yr UCITS ETF USD (Dist) EUR, que segue o índice de obrigações governamentais americanas com maturidades entre os 7 e 10 anos, normalmente associados a segurança e refúgio”, termina Rui Castro Pacheco.