Estruturas 'offshore' ganham importância no mercado brasileiro

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Fernanda Fronza, Flickr, Creative Commons

Os principais mercados 'offshore', Luxemburgo, Irlanda e Ilhas Caimão, representam saídas para a distribuição de fundos locais a nível global. Estes centros de domiciliação de fundos ganham cada vez mais importância em países como o Brasil. No simpósio sobre fundos 'offshore' organizado, no início do mês passado, no Rio de Janeiro e em São Paulo, pelo BNP Paribas, João Santos, 'partner' da PricewaterhouseCooper (PwC) na área de gestão de activos, salientou as tendências de crescimento das estruturas 'offshore' nos mercados de distribuição de fundos globais.  

Álvaro Camunas, responsável regional de Espanha, Portugal e América Latina do BNP Paribas Securities Services, justificou a organização do simpósio através "da dinâmica existente nos mercados globais de distribuição para fundos registados 'offshore' com colocações tanto de UCITS ou não-UCITS".

A indústria de gestão de activos a nível mundial conta com 21 biliões de euros sob gestão, sendo que os EUA representam 50% e a Europa 30% desse mercado. O Brasil posiciona-se no terceiro lugar em activos, constituindo 6% do total de fundos. João Santos refere que "o desenvolvimento da indústria do Brasil, que ultrapassa a da Austrália (5,5%), Japão (3,7%) ou Canadá (3,6%), se deve ao crescente interesse dos investidores" naquele mercado, "que pode ser acedido através das ditas estruturas de fundos 'offshore'". Estas estruturas, ou seja, o mercado global de UCITS tem mais de 25 anos de história e representa 6 biliões de euros.

"Neste momento, o formato UCITS ganha importância no Brasil, sendo expectável que os investidores brasileiros se convertam em relevantes compradores de fundos domiciliados no Luxemburgo e Irlanda", salientou João Santos no simpósio organizado pelo BNP Paribas. Álvaro Camunas afirmou, ainda, que o "actual cenário macroeconómico de baixas taxas de juro e uma inflação alta que limitam os retornos obtidos nos investimentos em obrigações  ou acções, os activos brasileiros constituem uma forma de diversificação num mercado promissor e com um elevado crescimento".   

Da organização deste evento, Nelson Fernandes, responsável pelo BNP Paribas Securities Services Brasil, referiu que "a entidade se posiciona como único centro que providencia todos os serviços associados à organização e administração de fundos". A partir de São Paulo, a entidade, "coordena e aconselha os clientes da América Latina sobre as estratégias mais adequadas, no mercado global, para os que procuram fundos 'offshore'", acrescentou Nelson Fernandes.