Esta semana vou estar de olho... na Reserva Federal norte-americana

Ricardo_Duarte_Silva CA Gest
Vitor Duarte

(O 'Esta semana vou estar de olho em...' desta semana é da autoria de Ricardo Duarte Silva, selecionador da CA Gest)

Com os mercados accionistas norte-americanos a recuperarem parte significativa das perdas registadas no arranque de Fevereiro e os investidores menos ansiosos relativamente a um eventual surto inflacionista, as atenções voltam-se esta semana para a reunião de política monetária da Reserva Federal norte-americana que poderá ditar a sexta subida dos juros no actual ciclo de “tightening”. De acordo com o consenso de mercado, Jerome Powell, novo presidente da FED e sucessor de Janet Yellen, deverá aumentar a taxa de juro de referência em 25 pontos base para o intervalo entre 1,50%-1,75%, atendendo aos sinais de resiliência da economia norte-americana e ao crescimento sincronizado partilhado com os demais blocos económicos. No mercado de taxas de juro, assistiu-se nas últimas semanas a alguma reversão do “steepening” da curva de rendimentos presenciado após o pico de aversão ao risco de Fevereiro, estando a taxa de juro dos 10 anos relativamente ancorada entre os 2,80-2,90%. Na próxima semana, será igualmente importante acompanhar nos EUA a primeira leitura de Março do indicador PMI Manufacturing (evolução da actividade industrial).

Finalmente, na Zona Euro, onde Mário Draghi e os restantes membros do BCE têm procurado isolar a região de uma expectativa mais agressiva de subida juros, serão relevantes os indicadores de confiança ZEW e IFO na Alemanha (divulgados dia 20 e 22 respectivamente) assim como as primeiras leituras dos indicadores de evolução da actividade económica PMI referentes ao corrente mês de Março. Com o diferencial de taxas de juro para os EUA próximo de máximos do ciclo e as acções europeias com um desempenho abaixo dos congéneres norte-americanos, muito por culpa da manutenção de um Euro forte, os investidores permanecem divididos quanto à velocidade a que a remoção de estímulos ocorrerá na Europa, tanto mais que a primeira subida dos juros só é descontada para a segunda metade de 2019.