Esta semana vou estar de olho em Washington, na reunião do BCE e no PIB dos EUA

Luis Andrade e Ana Luísa Aguiar IMGA
Cedida

(O 'Esta semana vou estar de olho em...' desta semana é da autoria de Luís Andrade, da direção de investimentos da IM Gestão de Ativos)

Após a aprovação dos cortes fiscais, o protecionismo tem sido o principal tópico na agenda da Administração Trump. Este constitui, consequentemente, um dos temas mais acompanhados nos mercados financeiros, sendo, sem surpresa, o mais mencionado nas rubricas “Esta semana vou estar de olho em...” no passado recente.

A imposição de tarifas pelos EUA assumiu proporções significativas ao longo das últimas semanas, particularmente após a divulgação da lista de $200 mil milhões de bens chineses sobre os quais poderão incidir tarifas de 10%, dias após a entrada em vigor de tarifas de 25% sobre $34 mil milhões. Igualmente relevante tem sido a retórica em torno das tarifas sobre a indústria automóvel – um setor de grande relevo para as economias dos EUA e da área do euro.

Neste âmbito, esta semana ocorrerá a amplamente antecipada reunião entre Juncker e Trump em Washington (dia 25), que terá como principal foco a temática das tarifas, após a imposição de tarifas sobre o aço e alumínio e no seguimento das ameaças de aumento dos encargos sobre as importações de automóveis europeus.

Esta semana será igualmente marcada pela reunião de política monetária do BCE (dia 26). Em junho, Draghi anunciou o fim do programa de compras e sinalizou subidas de taxas diretoras apenas após o verão de 2019, o que justificou um adiamento das expetativas dos analistas. Permanece ainda por esclarecer a estratégia do BCE no reinvestimento dos títulos, o que deverá ocorrer numa das próximas reuniões. Importará esclarecer se (I) o BCE manterá o objetivo de reinvestimento na jurisdição dos títulos que maturam, se (II) estenderá o período temporal entre a data de vencimento e o reinvestimento e se, tal como se tem especulado recentemente, (III) irá estender a maturidade média dos montantes reinvestidos, para desta forma minimizar a progressiva redução do term premium proporcionada pelos ativos no seu balanço.

Finalmente, em matéria económica, será divulgada a 1ª estimativa do crescimento do PIB dos EUA no 2º trimestre, antecipando-se um crescimento em cadeia anualizado de 4%, após uma expansão desapontante de 2% nos primeiros três meses do ano.