Escolha máxima, máxima flexibilidade

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Fundada na África do Sul, mas com uma presença global, a Investec Asset Management reforçou recentemente a sua aposta no nosso país com o registo de alguns dos seus fundos de investimento e com o primeiro evento Investec Global Insights em Portugal. Em parceria com Capital Strategies Partners, representante da entidade gestora na Península Ibérica, o evento atraiu várias dezenas de profissionais portugueses para escutar as opiniões de diversos gestores e especialistas da entidade sul-africana. Um desses especialistas foi John Stopford, responsável pelo segmento de multi-asset income na entidade e gestor do fundo Investec Global Multi-Asset Income, um fundo que procura demarcar-se dos seus concorrentes através de uma abordagem original. “O nosso enfoque não é bater o mercado ou um grupo particular de fundos da concorrência. O nosso grande objetivo é, isso sim, proporcionar aos investidores um determinado retorno o mais consistentemente possível. Aquilo que apelidamos de um retorno total defensivo”, introduz o especialista em conversa com a Funds People. Mais especificamente, John Stopford refere-se a um conjunto de características que marcam os objetivos do fundo, nomeadamente o rendimento combinado com a estabilidade de capital ou ganhos de capital no médio prazo, com baixa volatilidade e drawdowns limitados.

Apesar de muitos fundos da concorrência serem aparentemente semelhantes na denominação, o objectivo e a abordagem do fundo da Investec são diferenciadores. “O nosso enfoque centra-se no caráter defensivo dos rendimentos gerados pelos ativos. O enfoque na valorização de capital pode acabar por ser muito aleatório e ruidoso para os portefólios”, explica. “Queremos, portanto, rendimentos atrativos, mas especialmente sustentáveis. Não andamos à caça de yield por si só. Não subimos na escala do risco para obter um maior rendimento. Tentamos, isso sim, balancear esses rendimentos com a estabilidade ou valorização do capital. Tudo isto com um nível de risco controlado”.

O target return a que o fundo se propõe, de uma yield entre os 4 e os 6% é, para o profissional, um nível tanto atrativo como sustentável, e no portfólio é atingido através de um conjunto muito diverso de ativos globais: “Investimos em ações com uma elevada e sustentável dividend yield, obrigações investment grade e high yield, obrigações de mercados emergentes, imobiliário... pegamos no universo de ativos que satisfazem as nossas necessidades de yield e somos muito seletivos naqueles que elegemos para investir”, descreve.

Por fim, o elemento mais importante da proposta de valor do fundo de John Stopford: “proporcionar o retorno com uma volatilidade semelhante às obrigações. Mas que obrigações?”, pergunta o especialista. “Existem muitos tipos de obrigações, pelo que a definição que utilizamos passa por relativizar o risco em relação ao risco das ações. O nível de risco na nossa carteira flutua sempre entre 0 e metade da volatilidade das ações. O fundo é, portanto, defensivo em termos relativos e isso tem-se traduzido numa volatilidade de cerca de 4% ao longo da vida da estratégia”, explica.

Uma ferramenta para todos os portefólios

As características do fundo gerido por John Stopford fazem do mesmo uma ferramenta multifacetada que pode ocupar diversas posições em diferentes carteiras de investimento. “A grande parte dos nossos clientes não está interessado em ver os rendimentos distribuídos. Pelo contrário, ficam muito satisfeitos de poder reinvestir esses rendimentos no fundo e encaram-no como um veículo de retorno absoluto. Por outro lado, as características de risco e retorno que o assemelham a obrigações, tanto em termos de volatilidade como em termos de yield, fazem com que concorramos diretamente também com fundos de ‘total return’ ou fundos de obrigações ‘unconstrained’. Por fim, veiculando o investimento na nossa classe de distribuição, vemos muitos clientes a recorrer ao fundo como fonte de liquidez mensal para fazer face às despesas de todos os dias”, esclarece o gestor.

Escolha máxima, máxima flexibilidade

Mais importante que o passado é, para John Stopford o futuro, e como poderá o fundo ultrapassar os desafios que os mercados oferecem no momento. “A nossa performance passada funciona como uma prova de que temos atingido os nossos objetivos. Mas para os investidores é mais importante perceber como os vamos atingir no futuro e isto foi algo em que pensámos muito na construção da estratégia. Foi assim que nasceu um produto cuja abordagem é muito diferente da de muitas casas de investimento e, obviamente, acreditamos que é melhor”, assegura o gestor.

Perante um universo de investimento global e de multi-ativos, a grande liberdade de escolha e flexibilidade “não passa pela alocação por classe de ativos, como a grande maioria dos gestores de ativos faz”. Na estratégia da Investec inverteram esse processo e é através da seleção individual dos ativos que a carteira é constituída. “Basicamente, temos acesso a um universo de mais de 25.000 ativos individuais e apenas necessitamos entre 250 e 300 para construir o nosso portefólio”, comenta. “Portanto, o nosso objetivo não passa por tomar decisões de alocação de ativos, mas sim identificar de entre o nosso muito vasto universo, aqueles títulos que satisfazem as características do nosso fundo tanto ao nível individual como ao nível da forma como encaixam entre eles. E sempre será possível fazê-lo, porque o portefólio é construído com um pequeno segmento de um grande universo”, afirma John Stopford acrescentando que “o que a nossa abordagem também proporciona é a possibilidade de a carteira evoluir ao longo do tempo. Podemos mudar esses 250 ou 300 títulos e adaptar o mix às diferentes condições de mercado. É uma abordagem de máxima escolha e máxima flexibilidade”, conclui.