Emissão de dívida com as taxas mais baixas de sempre a 10 e 27 anos

Lisboa Portugal Ponte 25 de Abril
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O novo leilão de Obrigações do Tesouro realizado esta quarta-feira foi um sucesso. No total foram colocados 1.250 milhões de euros em obrigações do tesouro a 10 e a 27 anos, às taxas de 1,778% e 2,8%, respetivamente. Ambas as taxas foram inferiores às alcançadas no último leilão similar.

Segundo a informação disponibilizada pelo IGCP, a emissão de obrigações do tesouro a 10 anos teve um montante emitido de 975 milhões de euros, e a procura foi de 1,7 vezes a oferta. A taxa de de 1,778% compara com a taxa de 2,046% da emissão a 10 anos decorrida no mês passado. No caso da emissão de prazo mais longo – 27 anos – o montante emitido foi de 275 milhões de euros, com uma procura de 2,8 vezes a oferta. A taxa de 2,8% conseguida foi também inferior à de 3,97% da emissão de dívida a 28 anos realizada no ano passado.

Para Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, estas foram “duas emissões de dívida com bastante sucesso e em ambas Portugal conseguiu emitir dívida com as taxas mais baixas de sempre para estes prazos”. O profissional salienta que “na dívida a 10 anos, Portugal vai pagar 1,778% quando em fevereiro tinha emitido a pagar 2,046%. É uma descida substancial para um curto espaço de tempo, em linha com o mercado”.  Mais “extraordinário” para o diretor da área de gestão de ativos foi ainda a emissão de 27 anos a uma taxa de 2,8%. “Em 2017, uma emissão semelhante (a 28 anos) a taxa  foi bastante superior. Basta dizer que esta taxa de 2,8% foi o que se pagou por dívida a 10 anos emitida em setembro de 2017 (2,78%).  Agora, com a mesma taxa conseguimos dívida que só se vence em 2045”.

Na opinião do especialista “estas duas operações mostram que o prémio de risco da dívida portuguesa baixou drasticamente o que é muito bom para os interesses do país, dado sobretudo tratar-se de dívida longa. Estes resultados irão certamente ter impacto também no custo de financiamento de empresas portuguesas que queiram emitir dívida no mercado.”