Eduardo Cerqueira: "A Altamira tem a capacidade de oferecer serviços que é difícil encontrar uma concorrência a nível nacional"

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Vitor Duarte

Altamira, conjuntamente com a DoValue, é o maior servicer do sul da Europa, gerindo cerca de 140 mil milhões de euros de ativos e com operações em Espanha, Itália, Chipre, Grécia e, desde o final de 2017, Portugal. Apresentando-se como líder em todos estes mercados, à exceção do nacional, Eduardo Cerceira, CEO da Altamira em Portugal, não esconde o desejo de elevar a empresa que tem em mãos, tanto em volume como nas áreas de negócio, apoiando-se na estrutura e conhecimento consolidado ao longo do tempo nos restantes países.

A entrada em Portugal: do desafio à oportunidade

"Queríamos entrar no momento certo" explica o Eduardo Cerceira, CEO da Altamira em Portugal, "mas dada existência de uma concorrência mais habituada ao mercado nacional entraríamos em desvantagem se começássemos do zero". A oportunidade ideal surgiu quando a Oitante sentiu a necessidade de ter uma empresa com um know-how vasto para se dedicar à gestão de crédito malparado e imóveis do Banif. Nas palavras do CEO, a Altamira surgiu como solução clara dada "mais-valia de serviços vastos que mais nenhum servicer a nível nacional conseguia oferecer".

Associada a essa gama de serviços está o conhecimento sobre o sector e método de operações, adquiridos ao longo dos anos no seio dos outros mercados em que opera. Segundo Eduardo Cerqueira, é nesse expertise e reputação que a Altamira se apoia para acelerar a sua influência no mercado luso, e também para reter negócio. "Se um investidor investe na Altamira e vê que funcionamos bem e entregamos aquilo que querem, sentir-se-ão confortáveis e seguros, e penso que é aí que está a nossa mais-valia", conclui o CEO. 

Com um montante de ativos sob gestão que ascende aos 1,6 mil milhões de euros, a carteira da Altamira em Portugal divide-se em duas componentes com ponderações semelhantes: imóveis e Non Performing Loans (NPL's). No que toca a clientes, o portefólio divide-se essencialmente entre fundos de investimento e entidades bancárias.

"Temos a solução, com casos reais do passado"

Apesar de ser estar inserido num novo mercado, a Altamira beneficia largamente do facto de ser um grupo de cariz internacional. "O volume de negócios conseguido nos outros países deu-nos o arcaboiço de ter soluções bastante práticas e transversais a nível do grupo", o que segundo o líder da Altamira em Portugal conferem-lhes uma vantagem sobre os players nacionais. Esta influência internacional também permite aumentar o fluxo de novos investidores para o país, especialmente aqueles que já haviam feito negócio com a Altamira noutras regiões.

Apesar de atuarem somente no sul da Europa, Eduardo Cerqueira não vê nisso uma limitação. "Conseguimos chegar a entidades internacionais" afirma o gestor, realçando que "é no sul da Europa que à data de hoje se registam maiores rentabilidades face a países do centro e norte da Europa" o que acaba por ser muito atrativo para as casas de investimento globais.

Crescimento é a palavra de ordem

As perspetivas para o crescimento no mercado nacional são especialmente boas, tendo em conta os resultados que têm vindo a verificar. "Em setembro do ano corrente já alcançamos o volume de negócios obtido em 2018" anuncia o CEO, revelando que se espera "um aumento do valor entre 15% a 20% face ao ano anterior". Para além disso, os objetivos para o ano de 2020 também estão bastante definidos: duplicar o volume de negócios e solidificar a equipa em Portugal, que de momento conta com 120 pessoas espalhadas por 3 escritórios (Lisboa, Porto e Funchal).