“É mais uma operação que vem ajudar a gerir a nossa dívida”

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Rbanks, Flickr, Creative Commons

O Estado português, através do IGCP, emitiu na manhã desta quarta-feira, dia 8 de junho, duas obrigações do tesouro com prazo indicativo de 5 e 9 anos, num valor total de mil milhões de euros. No prazo mais curto, com a data de vencimento a 15 de abril de 2021, foram emitidos 600 milhões de euros a uma taxa de 1,843%. Em termos de procura, esta superou a oferta em 1,98 vezes. Já no prazo mais longo, com prazo de maturidade a 15 de outubro de 2025, o IGCP colocou 400 milhões de euros a uma taxa de 2,859%. Aqui, a procura superou a oferta em 2,28 vezes.

“As taxas saíram perfeitamente em linha com as que estão a ser praticadas no mercado secundário. A colocação correu bem, com uma boa procura, cerca de o dobro da oferta e o montante total emitido foi o máximo previsto. É mais uma operação que vem ajudar a gerir a nossa dívida uma vez que o país está a conseguir estender as maturidades com taxas mais baixas, na dívida de prazo mais longo. Num cenário em que as taxas alemãs a 10 anos estão em 0,0048%, Portugal  paga 2,86% a 9 anos,  o que atrai sempre investidores que, querendo ter alguns ganhos, optam por assumir mais risco e apostam na dívida portuguesa. Ontem foi a primeira vez que toda a dívida alemã teve uma taxa negativa, com uma yield média de menos 0,02%. Hoje arrancam as compras de dívida das empresas pro parte do BCE. O BCE decidiu começar por comprar dívida das utilities, mas ainda não vimos no mercado qualquer reacção”, referiu Filipe Silva, diretor da Gestão de Ativos do Banco Carregosa.