Na presente análise, abordamos a evolução das Unidades de Participação Estrangeiras (UPE), em percentagem do total de ativos em fundos mobiliários de domicílio português, num horizonte temporal desde o ano 2004 até junho 2020, com base nas séries longas disponibilizadas pela CMVM.
O aumento da participação de gestores de fundos nacionais em fundos estrangeiros tem sido verificado ao longo da última década. Pelo gráfico observamos que o total de ativos geridos pelos fundos domiciliados em Portugal (linha laranja) tem-se mantido relativamente estável ao longo dos últimos anos, fechando o mês de junho - o último contemplado nas séries longas - com um total de AuM de 12 milhões de euros. Dados mais recentes mostram que o total de ativos nacionais no mês de setembro era de 13 milhões de euros.
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Fonte: CMVM - Séries Longas
Se compararmos o valor da presente data com o ano de 2004, verificamos que o total de AuM alocados a fundos estrangeiros era significativamente menos representativo do que o é hoje em dia. As unidades de participação estrangeiras em 2004 era apenas 362 mil de euros, ou seja, 2% do total de ativos sob gestão em Portugal. Por outro lado, à data de hoje, as UPE, compõem 3 mil milhões do total investido (ou seja, 31% do total). A evolução mais notória deste segmento verificou-se a partir do ano 2013, em que a participação de fundos de investimento nacionais em fundos estrangeiros ascendeu de forma mais acentuada, em percentagem do total. No final do ano 2013, a percentagem de UPE no total, registava 11%, enquanto no ano de 2015, o valor era já o dobro, 22%.
O crescimento dos fundos multiativos e particularmente dos fundos mobiliários PPR, poderá justificar boa parte desta subida, considerando que são tipicamente, fundos de fundos.